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Experiências bem-sucedidas, casos de sucesso, novas metodologias e um senso em comum: a importância do trabalho em rede entre as Unidades da Embrapa no processo de transferência de tecnologias. Essas foram as principais conclusões do Encontro de Transferência de Tecnologia da Região Sudeste realizado na Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) no final de outubro. Envolvendo 10 Unidades de Pesquisa e duas Unidades Centrais da Embrapa, o evento apresentou algumas diretrizes no processo de TT: a elaboração de planos de marketing, o fortalecimento das Unidades na gestão de tecnologias e a criação de uma rubrica específica para a área, criando independência e mais autonomia para a realização de atividades afins.
“O estabelecimento de redes de pesquisa visto em alguns editais da Embrapa, por exemplo, deveria ser incorporado aos projetos submetidos na área de transferência”, sugeriu a chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Vera Maria Carvalho Alves. Segundo ela, tecnologias desenvolvidas por determinadas Unidades, se compartilhadas, seriam mais facilmente transferidas em outras regiões, otimizando o processo. A diretora-executiva da Embrapa, Tatiana Deane de Abreu Sá, reforçou o mesmo ponto de vista. De acordo com ela, o modelo de gestão adaptativa deve ser uma constante, não só em transferência, mas também na área da pesquisa. “Há necessidade de articulação para o desenvolvimento de programas de transferência em diversos âmbitos, sejam internacionais, nacionais, estaduais e/ou agrupados por temas”, disse.
O encontro realizado na Embrapa Milho e Sorgo dá continuidade a uma das ações já implantadas pelo recém-criado DTT (Departamento de Transferência de Tecnologia) da Embrapa, que tem por missão institucional planejar, coordenar, integrar, articular, orientar e avaliar os processos e as ações de transferência de tecnologias necessárias para a sustentabilidade da agricultura. Segundo a chefe do Departamento, a pesquisadora Vânia Beatriz Rodrigues Castiglioni, uma das prioridades é o aperfeiçoamento do processo de informação sobre o estágio em que se encontram as tecnologias desenvolvidas por cada Unidade, no sentido de fortalecer o portfólio de transferência da Embrapa. “A gestão de tecnologias tem que ser aperfeiçoada. Estamos realizando um mapeamento dessas tecnologias e priorizando demandas para termos condições de oferecer ações contínuas. O objetivo é elaborar a política de TT da Empresa”, afirma.
Entre as prioridades do Departamento, Vânia Castiglioni antecipou algumas: a realização de reuniões com todas as Unidades da Embrapa para compartilhar, avaliar estratégias e metodologias de TT bem-sucedidas, o estabelecimento de forte parceria com o DPD (Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento) para identificação de novas possibilidades de projetos, ampliar e fortalecer as parcerias internas e externas, análises de grandes problemas da agricultura e ações de transferência que possam reverter esse quadro. “Somos reconhecidos pelo nosso papel em pesquisa agropecuária, mas também devemos ter a mesma importância no processo de transferência de tecnologia para países tropicais”, reforçou a diretora-executiva Tatiana de Sá.
EXEMPLOS – Tecnologias patenteadas e estratégias de comunicação e de transferência de tecnologia para públicos específicos compuseram o conteúdo das apresentações das Unidades participantes do evento. Cada Unidade de Pesquisa apresentou as principais tecnologias, produtos e serviços lançados nos últimos cinco anos, além de novas oportunidades de negócios. A Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP), por exemplo, mostrou o motor multicombustível, tecnologia patenteada. A Embrapa Informática Agropecuária (Campinas-SP) apresentou o Sistema de Monitoramento Agrometeorológico, o Agritempo, que permite acesso, via internet, às informações meteorológicas e agrometeorológicas de municípios e estados brasileiros.
Já a Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora-MG) apresentou uma tecnologia social, o Kit Embrapa de Ordenha Manual. A Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP) mostrou o “TAG Ativo”, dispositivo patenteado para identificação e monitoramento do trânsito de animais, e a Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ), a tecnologia de processamento de pescados e o beneficiamento de palmito de pupunha no desenvolvimento de embalagens e na produção de espaguete. Os zoneamentos agroecológicos da cana-de-açúcar e do dendê foram as tecnologias apresentadas pela Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ). A Instrumentação Agropecuária (São Carlos-SP) apresentou diversos softwares gratuitos para a pesquisa agropecuária e a Embrapa Monitoramento por Satélite (Campinas-SP), o produto “Brasil Visto do Espaço”. A Embrapa Agrobiologia (Seropédica-RJ) mostrou inoculantes para a cultura do milho e para a cana-de-açúcar e a Embrapa Milho e Sorgo apresentou cultivares de milho e sorgo lançadas e o gene de tolerância ao alumínio, entre outras tecnologias.
Todas essas tecnologias deverão compor um portfólio, segundo a organização do evento, que será apresentado à Diretoria da Embrapa. Mais informações: Área de Comunicação Empresarial (ACE) da Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), vinculada ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento): (31) 3027-1272 ou ace@cnpms.embrapa.br .
Guilherme Viana
Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)
(31) 3027-1272
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