Exportação do agronegócio deve bater novo recorde
A Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) e o Instituto Biológico de São Paulo ofereceram curso sobre produtos à base de Trichoderma, de 17 a 19 de maio de 2011. O treinamento demonstrou métodos para avaliação da qualidade de produtos à base desse agente de biocontrole. Uma nova edição será oferecida de 28 a 30 de junho, na Embrapa Meio Ambiente.
Conforme Wagner Bettiol, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e coordenador do curso, Trichoderma é o principal agente de biocontrole de doenças de plantas comercializado no Brasil. Apesar disso, não existem metodologias padronizadas para a avaliação da sua qualidade e conformidade. Assim, no âmbito do projeto Qualibio foram desenvolvidas metodologias para realizar essas avaliações, transferidas à sociedade por meio desse curso.
Foram apresentados temas importantes, como a importância da padronização de metodologias para avaliação da conformidade de produtos, aspectos gerais sobre Trichoderma, metodologias para quantificação de Trichoderma formulados em pó-molhável, óleo, esporos concentrados e grânulos, preparo e execução das metodologias para a análise quali-quantitativa de produtos comerciais, leitura do número de esporos ativos e germinados ao microscópio óptico, técnicas de preservação e manutenção de culturas, importância do depósito do isolado de Trichoderma em coleção de culturas de autoridade depositária, identificação molecular e morfológica, e determinação do número de unidade formadora de colônia de Trichoderma por unidade de produto.
No ultimo dia, os participantes visitaram um produtor usuário de produtos comerciais à base de Trichoderma em Holambra.
Érika Salante, da empresa Itaforte Bioprodutos, trabalha com controle biológico. Produz Trichoderma harzianum, Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae e Lecanicillium longisporum. Para ela foi importante aprender novas técnicas de concentrações, com viabilidade para melhorar a qualidade e padronização do produto.
"O curso foi muito bom para colocarmos em nossa empresa um padrão de análise", explica Giseli Somenzari, da Natural Rural, que também trabalha com controle biológico. "Irá ajudar muito em meu trabalho, sou bióloga e o curso me fez avaliar melhor os métodos que já sabia com os novos que o curso me ofereceu. Agradeço muito a Embrapa por ajudar a melhorar nosso trabalho a cada dia.
Para Maria Silvia Pereira Leite, entomologista da Novozymes Biological Brazil, que comercializa produtos biológicos à base de fungos, o curso irá ajudar no processo de avaliação do controle qualidade da empresa, adotando assim uma metodologia padrão.
O Laboratório Farroupilha, onde trabalha Alan Pomela, produz microrganismos - tanto fungos como bactérias, para uso agrícola visando o controle de pragas e doenças. Para ele o curso foi importante na medida em que buscou padronizar uma metodologia para avaliação do controle de qualidade de produtos baseados em um fungo muito utilizado na agricultura, chamado Trichoderma. Antes do curso havia uma discrepância muito grande entre os laboratórios que faziam esta análise, o que prejudicava as empresas fabricantes e o próprio agricultor.
"Com a padronização deste protocolo de análise teremos mais segurança nos resultados obtidos, além do que, este protocolo será enviado ao Ministério da Agricultura para ser utilizado nos procedimentos de fiscalização, atestando a qualidade dos produtos dentro das empresas", acredita.
Thais Cristina de Souza, da Ihara, indústria química na área de defensivos agrícolas que está há 46 anos no mercado brasileiro, acredita que a tendência mundial é de crescimento no desenvolvimento de produtos biológicos. A Ihara está investindo nesse campo. "No atual mercado de produtos biológicos, o Trichoderma é um dos micro-organismos que mais se destaca e até então não havia uma padronização da viabilidade dos produtos atuais. O curso foi de grande importância para as empresas no que se diz respeito ao alinhamento das metodologias de análise que serão aceitas pelos órgãos regulamentadores", diz.
Assim, conclui, conhecendo todos os requisitos que serão aceitos, a empresa pode desde o início realizar seus trabalhos de pesquisa, desenvolvimento e inovação com ética e respeito às normas legais, desenvolvendo produtos sustentáveis de qualidade diferenciada.
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