Coopavel promove dia de campo sobre cultura do trigo no Sudoeste
Produtores rurais de Pato Branco e municípios vizinhos são convidados a participar da segunda edição do Dia de Campo de Trigo que a Coopavel promove na região Sudoeste do Paraná
O Brasil hoje importa 98% do lúpulo que consome, o que corresponde a cerca de 1 bilhão e 100 milhões de reais. Os dados foram apresentados no dia 20 de outubro pelo coordenador da Câmara Setorial das Bebidas Regionais, Diego Machado, membro da Federação Brasileira das Cervejas Artesanais (Febracerva), em reunião virtual da Câmara.
Segundo Machado, o Rio Grande do Sul já tem um núcleo forte de produção de lúpulo na região da Serra e no Vale do Caí, mas o principal gargalo é o beneficiamento, que ainda é muito caro. “Para avançar, é preciso reduzir estes custos, buscar um seguro safra, o zoneamento agrícola e aprofundar os estudos que possam desenvolver um lúpulo especificamente gaúcho, com terroir próprio”, afirma.
O pesquisador do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), Alexander Cenci, apresentou os resultados do primeiro ano de trabalho do Projeto Monitoramento e Desenvolvimento da Cultura do Lúpulo, desenvolvido em parceria com a Emater-RS/Ascar, Universidade de Caxias do Sul (UCS) e Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs).
O projeto contou com a participação de nove produtores e os resultados apontam que a maioria das propriedades que cultivam lúpulo, 71%, é de áreas com até 50 hectares. E 50% dos produtores não têm como principal renda a agropecuária, têm algum tipo de vínculo com o mundo das cervejas artesanais e busca rentabilidade num novo negócio. Além disso, a pesquisa mostrou também um perfil mais jovem e empreendedor: 62,5% têm idade entre 30 e 39 anos. Entre as principais dificuldades detectadas pela pesquisa estão a comercialização do produto.
“É um projeto significativo que pode estimular a geração de renda e uma opção para substituição de outras culturas que já não apresentam o mesmo rendimento”, destaca Cenci.
De acordo com Gabriel Assmann, Coordenador Geral de Projetos de Fomento e Infraestrutura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), estão em andamento estudos de viabilidade técnica do lúpulo, a produção de um Manual de Boas Práticas e uma proposta de desenvolvimento de políticas públicas para compra de pequenas plantas de beneficiamento e treinamento de técnicos. Segundo Assmann, no próximo dia 17/11, vai ocorrer um evento de divulgação deste projeto do lúpulo e no final do ano a publicação de um livro.
O agrônomo Marcus Outemane, da Aprolúpulo e representante da Salva Craft Beer, apresentou o trabalho desenvolvido por eles com seis produtores de lúpulo. A indústria dá assistência técnica e garante a compra da safra. “O projeto está tendo sucesso e devemos ampliar a produção para uma área maior em breve”, destaca.
Entre os encaminhamentos da reunião, a inclusão da Aprolúpulo nas reuniões da Câmara Setorial, o estudo de viabilidade de um programa de fomento da cultura do lúpulo, a busca de ampliação do orçamento para a cadeia através do Feaper e a divulgação na cadeia produtiva da possibilidade de utilizar os recursos do programa APL (Arranjos Produtivos Locais), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec).
O vice-presidente da Aprodecana, Matheus Menegotto, apresentou o trabalho desenvolvido pela entidade nos seus 22 anos e a campanha de regularização dos produtores de cachaça. Segundo ele, 90% dos produtores de cachaça não são legalizados no Brasil.
Participaram da reunião: Aprodecana, Mapa, Emater, Sefaz, Sedec, Febracerva, AGM, Aprolúpulo e Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural.
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