Para atender a demanda por diversificação agrícola de prefeituras do entorno de Rio Verde, em Goiás, município em que acontece a próxima edição da feira Tecnoshow Comigo, de 09 a 13 de abril, a Embrapa Hortaliças selecionou opções de culturas hortícolas viáveis para as condições de clima e solo da região. As pimentas ocupam um papel de destaque, em especial, as duas cultivares mais recentes lançadas: BRS Juruti e BRS Nandaia.
Elas são as primeiras cultivares nacionais de pimenta-habanero, espécie originária do México que, além de bem picante, possui alto teor de vitamina C. Destinadas ao processamento, as pimentas BRS Juruti e BRS Nandaia são de polinização aberta e apresentam alto teor de ardência, uma característica que torna essas cultivares uma opção para fabricação de molhos e pastas de pimenta. “Há indústrias processadoras na região e, por isso, pensamos que seria interessante apresentar nossos materiais adaptados às condições de cultivo do Brasil Central”, comenta o agrônomo Ítalo Ludke, que supervisiona a participação da Embrapa Hortaliças no evento.
A principal diferença entre as duas cultivares é a coloração: a BRS Juruti mantém o usual vermelho das pimentas e a BRS Nandaia chama a atenção pelo tom alaranjado. A proposta é apresentar uma vantagem competitiva, já que atualmente há nichos de mercado consolidados para molhos de pimenta com tonalidades variadas. No campo, a uniformidade no plantio e a resistência a doenças asseguram o interesse dos setores produtivo e industrial, enquanto, do outro lado, a aptidão também para o mercado de frutos frescos e o alto teor de vitamina C são pontos de destaque para os consumidores.
Para quem dispensa a picância, a Embrapa vai apresentar a cultivar BRS Moema, uma pimenta do tipo biquinho com frutos aromáticos, crocantes e saborosos. Ela tem dupla aptidão, com potencial para o mercado de frutos frescos e para o processamento na forma de conservas ou geleias. Além de atender os consumidores que não gostam de pimentas ardidas, ela ainda pode ser utilizada como pimenta ornamental.
Ludke enumera outras espécies de hortaliças que podem se sair bem na região de Rio Verde e contribuir para a diversificação desejada pelas prefeituras locais: cenoura, berinjela e batata-doce. A cultivar de cenoura BRS Planalto, por exemplo, é rústica e apresenta excelente qualidade de raízes. No caso do híbrido de berinjela Ciça, a vantagem é o padrão comercial e a adaptação em todos os biomas do país. Já a batata-doce Brazlândia Roxa destaca-se pela resistência contra pragas de solo. “A expectativa é que, a partir do conhecimento dessas cultivares, o público do evento sinta-se estimulado em desenvolver a produção de hortaliças na região”, conclui.