Missão busca reverter barreiras comerciais
Nesta época do ano inicia-se o período da safra de cana-de-açúcar, importante para a economia local. Abril a novembro é marcado também pelo clima seco, ventos constantes e poucas chuvas. Isso gera preocupação, já que os incêndios em áreas verdes tornam-se frequentes e, consequentemente, acarretam enormes prejuízos a toda a sociedade. Essa é uma realidade também para locais no entorno às linhas de transmissão de energia e para o sistema elétrico como um todo.
Em 2010, 26 desligamentos causados por queimadas realizadas de maneira inadequada trouxeram problemas para o sistema de transmissão da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP). O número – superior aos oito desligamentos de 2009 – foi bastante influenciado pelo ano atípico de seca. Muitos dos incêndios são frutos da falta de informação e desconhecimento sobre a questão, que acontecem devido à propagação do fogo empregado na queima da palha da cana-de-açúcar – uma prática comum nos canaviais, antes da colheita. Os outros casos são de incêndios acidentais ou até mesmo devido à seca.
Com o objetivo de esclarecer as pessoas sobre os cuidados que devem ser tomados e os impactos que o fogo descontrolado pode trazer, a CTEEP realiza anualmente a Campanha de Prevenção a Queimadas próximas às linhas de transmissão no interior de São Paulo. Em 2011, os investimentos da CTEEP com os procedimentos de prevenção às queimadas devem ultrapassar a casa dos R$ 5,8 milhões, visando diminuir os riscos de desligamentos nos sistemas elétricos. Essa ação também reflete o compromisso de responsabilidade social da empresa assumido com o grupo de interesse sociedade.
A iniciativa, que está em sua décima edição, pretende alertar a população sobre os danos que o fogo na mata pode causar à rede elétrica, pois atinge cabos elétricos de alta tensão, causando curto-circuito e, consequentemente, o imediato corte do fornecimento de energia.
As chamas, bem como o calor e a fuligem, atingem o sistema de transmissão e locais no entorno às linhas de transmissão e, com isso, cresce o risco de interrupção de energia elétrica. Isso significa perda para as atividades socioeconômicas de cidades inteiras ou diversas regiões, uma vez que o sistema elétrico nacional está quase totalmente interligado. Há também os impactos negativos no meio ambiente, causados pelo fogo fora de controle, como poluição, extinção de animais, queima de reservas ecológicas, entre outros.
Uma das ações para diminuir os riscos de desligamentos nos sistemas elétricos consiste na limpeza e conservação das chamadas faixas de servidão. São realizadas inspeções aéreas e terrestres em 13 mil quilômetros de linhas para determinar quais áreas precisam ser roçadas, com o objetivo de conservar as faixas de transmissão e diminuir a incidência de propagação do fogo provenientes das queimadas em plantações.
Já as campanhas de conscientização da população abrem-se em diversas frentes. Uma das estratégias adotadas está a aproximação com os usineiros e fazendeiros. Além da conscientização em torno das queimadas, será abordada a questão das colheitadeiras, que vêm substituindo o fogo na tarefa de remover a cana-de-açúcar não utilizada nas colheitas. É comum que os fazendeiros trabalhem com as máquinas próximas às estruturas das torres e dos cabos, o que pode causar graves acidentes e até mesmo interromper o fornecimento de energia. Os colaboradores da CTEEP terão um papel ainda mais importante, realizando a interface com as comunidades, para esclarecer e dar orientações sobre o assunto.
“Uma das premissas da nossa empresa é estar próximo das comunidades em que estamos inseridos, levando educação e conscientização sobre os riscos do tema para a população e para o nosso negócio”, diz da Doralice Fernandes, da área de Gestão Estratégica, que atua com o tema Responsabilidade Social na companhia.
“Esta campanha já está inserida em nossa companhia. Por isso anualmente são mantidas essas ações de conservação e conscientização quanto aos riscos que as queimadas trazem. A previsão é seguir com o investimento, possivelmente com a mesma quantia, visando diminuir cada vez mais o registro de grandes focos de incêndios no interior do Estado de São Paulo”, finaliza Antonio Manuel Corvo, gerente do departamento de Manutenção da CTEEP.
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