Cruvinel leva para a 4ª CNCTI propostas retiradas de encontro regional

26.05.2010 | 20:59 (UTC -3)

Antes de ter início nesta quarta-feira (26/05), a 4ª Conferência Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação (CNCTI) realizou cinco encontros regionais preparatórios nos meses de março e abril, uma em cada região do país.

O pesquisador Paulo Cruvinel, ex-chefe geral da Embrapa Instrumentação Agropecuária, foi o relator nos dias 30 e 31 de março, em Vitória/ES, da 4ª Conferência Regional Sudeste de Ciência, Tecnologia e Inovação (CRCTI), que teve como proposta, entre outras, formular documentos que melhor representem à realidade local e apontem propostas de investimentos para o setor. O evento discutiu temas diversos, como economia, petróleo e potenciais marítimos.

Os pesquisadores se reunirão na sede da Embrapa, em Brasília, na terça-feira (25), para consolidar e compatibilizar o documento com as demais regiões do país, a fim de levar a CNCTI uma proposta única.

No relatório intitulado “Proposta de programa de Ciência, Tecnologia e Inovação para o setor agrícola da região Sudeste do Brasil” organizada com a participação dos representantes das instituições de Ciência e Tecnologia dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo é traçado um panorama da importância do agronegócio brasileiro, perspectivas e gargalos do setor. Como pontos fortes o documento destaca a disponibilidade de terras e água doce, clima favorável, recursos humanos, gestão e capacidade de geração de tecnologia de produção no País, conhecimento da agricultura tropical e o desenvolvimento sustentável.

Porém, os organizadores apontam um conjunto de pontos fracos que necessitam ser equacionados, entre eles, uma logística caótica, tecnologia centrada quase que exclusivamente na produtividade do campo, avanço desordenado de áreas e falta de atrativos para o investimento privado em infraestrutura.

Perspectivas

Para os organizadores, o agronegócio brasileiro tem oportunidades de crescimento e ganhos de competitividade. “O aumento da produção representa desenvolvimento, mais empregos e renda, mais alimentos e fibras, mais exportação e mais energia. Seus principais entraves envolvem prioritariamente infraestrutura e logística, carga tributária, taxa de câmbio, barreiras comerciais/protecionismo, questões ambientais, questões sanitárias, crédito rural, questões rurais, tecnologia e seguro rural”, afirmam. Mas também destacam que com a ajuda ciência, tecnologia e inovação o Brasil deu salto na produção de alimentos e mudou a paisagem do país.

O relatório traz tendências consolidadas, como a expansão e mudança do perfil da demanda mundial por alimentos, implicando maiores exigências do mercado consumidor e a ampliação do mercado de produtos alimentícios certificados, segundo critérios de rastreabilidade e segurança; expansão da demanda mundial por agroenergia, impulsionando o crescimento do mercado de energia renovável no Brasil; preocupações com o meio ambiente; elevação do nível educacional da população;

Porém, temem que as incertezas críticas se apresentem como condicionantes do futuro, como os impactos trazidos pelas mudanças climáticas sobre os biomas brasileiros, a gestão dos recursos hídricos, a abordagem do conceito de sustentabilidade no uso da biodiversidade, o crescimento da economia nacional e a qualidade da infraestrutura logística e energética.

Os organizadores apontaram os grandes temas de âmbito regional e de interesse nacional para a estruturação de uma estratégia robusta em C,T&I para o setor agrícola, destacando entre elas, novos mecanismos de produção (gestão do negócio rural, mitigação de impactos socioambientais, uso eficiente de insumos; transição agroecológica, boas práticas, uso do solo, novos insumos); sustentabilidade ambiental, social e econômica; novas fronteiras de conhecimento (Biotecnologias, nanotecnologias, tecnologia da informação e ciência cognitiva, agricultura de precisão, novos insumos); defesa agropecuária (Sanidade animal e vegetal); tratamento e aproveitamento de resíduos para fins agrícolas; mudanças climáticas e gestão de recursos hídricos; integração Lavoura-Pecuária-Floresta; bioenergia.

Eles ainda enfatizaram aspectos relevantes para uma governança estratégica em C,T&I para o setor agrícola, além de apontar a priorização de um conjunto de cadeias produtivas de origem animal, de origem vegetal e de origem energética.

Joana Silva

Embrapa Instrumentação Agropecuária

(16) 21072901 /

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