Crise encontra cadeia da carne bovina em clima de realismo sem ufanismo

20.11.2008 | 21:59 (UTC -3)

Segundo maior exportador de carne do mundo, devendo fechar 2008 com receita projetada em US$ 5,7 bilhões, a crise econômica do planeta encontra a cadeia produtiva da carne bovina em clima de realismo sem ufanismo. “Há espaço para a indústria ocupar a ociosidade de 40% em sua capacidade”, relatou o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exporadores de Carne (Abiec), Luís Carlos de Oliveira. A opinião foi manifestada durante mesa-redonda na última quinta-feira (20), que encerrou o primeiro dos dois dias de realização do Congresso Internacional de Pecuária de Corte, no Auditório do CIEE, em Porto Alegre.

A manifestação do dirigente se ampara nos números da atividade. Em 2007, a pecuária de corte nacional produziu 2,2 milhões de toneladas. Em 2008, a estimativa é de que esse volume alcance 4 milhões de toneladas de carne. Um desempenho que pode ser ainda maior se houvesse a otimização da capacidade de abate das indústrias, contando com o Serviço de Inspeção Federal sendo responsável pelo abate de 40 milhões dos 45 milhões de bovinos produzidos a cada temporada.

Esse cenário independe do tamanho das propriedades rurais, disse Oliveira. “Há necessidade de se encontrar mecanismos para aumentar o financiamento aos produtores”, frisou o dirigente da Abiec. Quanto aos pecuaristas familiares, Oliveira manifestou a necessidade de serem implantados novos modelos para financia-los. Adiantou que existe uma proposta de o Banco do Brasil abrir linha de financiamento para os pequenos produtores. Mas, acima de tudo, entende que deve haver uma reorganização no setor primário, via políticas que incluam os agricultores familiares.

De qualquer forma, ressaltou o fato de a pecuária de corte do Brasil contar com grande potencial de crescimento. “Basta apenas usar a capacidade de abate e permanecer com o mesmo rebanho atual, fornecendo carne com qualidade”, observou.

Pois a busca por cortes de carne macios é tarefa diária e forte dos pesquisadores do Clay Center, grande centro de referência em pesquisa com bovinocultura de corte. Com base instalada em Nebraska, nos Estados Unidos, o Clay Center é o local onde atuam as maiores autoridades, como Gary Bennet, diretor do Programa Marcadores Genéticos, o primeiro dos palestrantes que se apresentou no Congresso Internacional. Foi a oportunidade de conhecerem os avanços e as novidades oferecidas para os pecuaristas de todo o mundo.

Como o sistema de marcação genética, estudo em andamento que reúne dois mil touros comerciais de 16 diferentes raças bovinas. “Nosso trabalho objetiva encontrar diferenças genéticas e localizar os touros necessários às indústrias”, resumiu o especialista, que foi definitivo: “Um rebanho selecionado pelos testes de progênie será melhor e vai valorizar o produto final”.

O Congresso Internacional de Pecuária de Corte é uma realização do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio e da Emater/RS-Ascar, Sistema Farsul e Sebrae, Fetag-RS e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O patrocínio é do Banrisul e do apoio da UFRGS, da Sociedade Rural Brasileira, da Associação Brasileira dos Criadores de Angus e Fepagro.

Informações

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

www.emater.tche.br

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