Construção de cisternas e usos da água são temas de tarde de campo em Imigrante/RS

A XIX Semana Interamericana da Água e a XII Semana Estadual da Água já passaram – foram comemoradas entre os dias 29 de setembro e 6 de outubro. Ainda assim, a água segue sendo tema de diversas capacitações e seminários pelo Estado. Na tarde dessa terça-feira (9) foi realizada, no município de Imigrante, uma tarde de campo sobre água. A atividade, acompanhada por mais de 50 produtores do município e de outras localidades, teve por local a propriedade de José Mattei, de Linha Harmonia Alta.

Na ocasião, os participantes prestigiaram duas palestras. A primeira, ministrada pelo engenheiro agrônomo e supervisor regional da Emater/RS-Ascar de Lajeado, Paulo Rodrigues, debateu o tema “Água: o bem universal a ser cuidado”. Em seguida, foi a vez do assistente técnico regional em Irrigação da Emater/RS-Ascar, Ricardo Martins, apresentar o assunto “Construção de cisternas e formas de captação”.

Em sua fala, Martins explicou a importância do aproveitamento da água da chuva, como fonte de abastecimento para as propriedades rurais. “A utilização de uma cisterna pode significar a diminuição de riscos e prejuízos para a propriedade, por meio do reaproveitamento de um recurso natural disponível”, enfatizou. O assistente técnico lembrou ainda da importância do uso do sistema, em épocas de estiagem ou de escassez de água. “Não deixa de ser, também, uma forma de reduzir custos”, lembrou.

Em seu painel, Martins também prestou explicações a respeito da construção de açudes e da utilização de filtros lentos de areia, sistema que mantém a água da cisterna limpa. “Uma água filtrada, livre de coliformes totais, matérias orgânicas e outros organismos vivos pode ser consumida pelos animais”, salientou. “Fora outros usos, como a limpeza de instalações”, completou Martins. Produtores interessados em implantar o sistema podem procurar os escritórios municipais da Emater/RS-Ascar.

Com uma cisterna capaz de reservar quase 300 mil litros de água em sua propriedade, o avicultor José Mattei, de Linha Harmonia Alta, é só sorrisos. Se antes, como integrado, podia entregar apenas quatro lotes de 23 mil frangos por ano, agora a projeção já sobe para seis. Com a água armazenada por meio de uma vertente, consegue manter não apenas o abastecimento para os frangos, mas também para as 45 vacas, que estão rendendo cerca de 250 litros de leite por dia.

“Antes, em épocas de seca, tinha que apelar para a prefeitura para conseguir água”, lembra. “E aí, sabe como é a burocracia”, constata. Com a cisterna, o avicultor consegue fazer a reserva em épocas de chuva, ou mesmo após a entrega dos frangos para a empresa da qual é integrado. Primeiro a realizar um empreendimento de tal porte no município, o produtor espera ampliar ainda mais a sua renda. “Um lote de frangos já bastou para pagar o investimento. Agora, é seguir trabalhando”, sorri.