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A compactação do solo é um desafio frequente para os produtores. Especialmente em épocas de seca, a terra compactada afeta a correta irrigação da cultura e a penetração dos nutrientes necessários para o cultivo e desenvolvimento das raízes. Uma forma de combater este problema é fazer a medição do solo para detectar o nível de compactação. Em algumas regiões do país, onde é muito comum realizar a subsolagem para romper as camadas mais endurecidas, o custo da operação acaba onerando a preparação do plantio.
Estudo publicado pela Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental mostra a importância em saber qual o nível de profundidade da compactação da área de plantio, o que acarretará em redução de custos para o produtor. Conforme o trabalho desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), de Botucatu (SP), fazer a subsolagem com profundidade variável em relação à fixa, permite uma economia de 25% no consumo de combustível e diminuição no tempo de trabalho de cerca de 6%. Eles compararam o desempenho dos equipamentos em diferentes tamanhos de áreas e profundidades, a fim de estimar o gasto energético de um subsolador em cada caso.
O uso de tecnologias específicas para esta análise auxilia no manejo correto da terra, agindo apenas onde há necessidade. Na pesquisa, os cálculos foram realizados a partir de medições com o medidor eletrônico de compactação de solo da Falker, o PenetroLOG, que alcança profundidade máxima de 60 centímetros e que indica o valor de resistência à penetração correspondente à compactação do solo em cada camada de 1 cm. O equipamento mostra a profundidade e o quanto está compactada determinada área, evitando assim a subsolagem em toda a região do plantio, que é um processo muito caro, principalmente em termos de diesel. O estudo mostra a importância de se conhecer o perfil da compactação ao constatar que reduzir a profundidade de subsolagem de 35 cm para 25 cm representa um consumo de combustível 66% menor.
De acordo com o professor Thiago Martins Machado, do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), um dos autores do trabalho, o processo ainda é pouco explorado no Brasil e, por isso mesmo, demanda divulgação. “No Centro-Oeste, por exemplo, com a seca a terra trinca e o subsolador precisa ser mais robusto para suportar. Logo, medir com exatidão onde há compactação e onde não há significa também cuidar dos equipamentos e fazer um trabalho assertivo, pois fazer a subsolagem em toda a área é muito caro”, pondera.
Os resultados do estudo se verificam na prática. Na Jatobá Agricultura e Pecuária, de Itaquiraí (MS), a utilização da subsolagem variável representou uma economia de cerca de 40% na utilização de diesel. O produtor rural Joel Alves salienta que o principal diferencial foram os resultados imediatos. “Com outras técnicas, como a alternância de culturas, tratar o solo poderia levar anos. A subsolagem variável nos permitiu focar e colocar esforços onde realmente são necessários. Ganhamos em tempo e recursos”, avalia.
De acordo com Alves, o PenetroLOG da Falker foi fundamental para calibrar todo o processo. “Conseguimos visualizar onde os tratores deveriam agir”, afirma, acrescentando que, além da questão da economia, também foi observada melhoria na produtividade de grãos. “Verificamos que houve mais irrigação do solo e penetração de fertilizantes, então medir onde está a compactação também resulta na qualidade da terra”, completa.
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