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As barragens estão sujeitas a alguns tipos de anomalias que incluem: percolação (quando a água infiltra no subsolo ou no corpo de uma estrutura), trincas (provocadas por excesso de carga) e instabilidade geológicas. Entre os vários motivos possíveis, as chuvas fortes podem ser um agravante no rompimento de uma barragem, no entanto, elas não são as principais culpadas. Qualquer obra de engenharia ou de estrutura deve ser projetada para suportar situações extremas e adversas. Além disso, a manutenção, o monitoramento e o acompanhamento devem ser constantes.
O recorrente problema de rompimento de barragens são reflexos de diversos fatores que atuam em conjunto, entre eles, a falta de ações preventivas.
Segundo Luiz Dalbelo, Engenheiro Cartógrafo e Gerente de Equipamentos de Alta Tecnologia da Santiago & Cintra, existem hoje sistemas modernos e automatizados para realizar monitoramento de deslocamentos ou deformações em uma estrutura. As informações coletadas podem dar subsídio para tomada de decisões.
“Uma estrutura pode apresentar movimentos pequenos e sazonais provocados devido a diferenças de temperatura. Uma vez que se observa algum movimento fora das tolerâncias pré-estipuladas, algo de errado pode estar acontecendo. A detecção de um movimento sistemático pode disparar alguma ação de reparo ou reforço, a fim de evitar o rompimento. Em alguns casos a ruptura é inevitável e cabe aos sistemas de monitoramento emitir um aviso para a evacuação da área que poderá ser atingida”, explica Dalbelo.
Ainda de acordo com o Engenheiro Cartógrafo, as soluções de monitoramento de estruturas utilizam equipamentos de posicionamento geodésico e topográfico. Estes equipamentos podem ser estações totais robóticas de alta precisão ou receptores GNSS, que por sua vez são utilizados para realizar medidas em pontos específicos da estrutura. Para os dois tipos de equipamentos existem soluções de software capazes de receber informações das posições e gerar gráficos em tempo real, informando o deslocamento da estrutura e a velocidade do movimento.
O monitoramento não se destina apenas a barragens, mas a todo tipo de estrutura que possa apresentar riscos de rompimento. Importante lembrar que o monitoramento não impede que um desastre aconteça – já que os fenômenos naturais influenciam -, mas pode ajudar a prevenir ou a tomar providências com o intuito de minimizar os efeitos dos desastres.
Se uma barragem vir a romper, os danos podem ser catastróficos tanto para a empresa quanto para a sociedade. No caso de barragem de rejeitos de mineração, por exemplo, contaminará rios, solos, plantações, além da destruição provocada pela avalanche do material liberado.
Um exemplo vivo foi o que aconteceu com a mineradora Rio Pomba Cataguases, localizada em Minas Gerais, no ano de 2007. A barragem de rejeitos de mineração se rompeu, provocando desastres de consequências inavaliáveis. Além de ter deixado muitas pessoas desalojadas e desabrigadas, o governo multou a mineradora em R$ 25 milhões e interditou definitivamente as atividades na barragem. Resultado: prejuízo para todos.
Para Luiz Dalbelo, a implantação ou manutenção de barragens de contenção ou de qualquer estrutura que apresente riscos, devem contemplar tecnologias e expertise dos mais altos graus qualitativos, com profissionais multidisciplinares. Esses profissionais devem ter a capacidade de prevenir ou gerar alertas de desastres. Não basta apenas implantar ferramentas para verificação de deslocamentos na estrutura, deve-se também realizar análise dos dados e ter conhecimento geotécnico e estrutural.
Laiz Santos
Santiago & Cintra
(11) 3529-0723
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