Produção de cenouras dobra com variedades híbridas e áreas tecnificadas
O segundo dia do 19º Congresso Brasileiro de Sementes começa com a mesa redonda ‘Avanços em fisiologia da germinação e dormência de sementes’, coordenada por Renato Delmondez – da Universidade Federal da Bahia (UFBA) – e Márcia Balistiero Figliolia – do Instituto Florestal de São Paulo.
A mesa redonda ainda conta com a participação de Hiro Nonogaki – da Universidade Estadual do Oregon (EUA) –, do PhD em dormência de sementes Henk Hilhorst – da Wageningen University (Holanda) e Cláudio José Barbedo – do Instituto de Botânica de São Paulo.
De acordo com Figliolia, é preciso debater o assunto, pois a pesquisa científica ainda não é suficiente para compreender e solucionar a dormência e os problemas que ela acarreta na produção de espécies florestais. “O conhecimento gerado pelos estudos com superação de dormência ainda são pouco divulgados e os produtores desenvolvem seus próprios métodos podendo subestimar o potencial da semente”, acrescenta.
A mesa redonda ainda vai discutir os principais avanços acerca do tema. Figliolia afirma que os estudos sobre da fisiologia e bioquímica das sementes agrícolas estão bastante avançados, no
entanto não se pode dizer o mesmo sobre as espécies florestais. “As informações ainda são insuficientes para entender suas exigências e comportamento. Houve um avanço muito grande
dos estudos acerca dos fatores ambientais (ecológicos) que afetam a germinação, mas é necessário mais investigação sobre como esses fatores agem em nível celular, considerando o
conhecimento das características das espécies”, elucida.
Já em relação à dormência de sementes, a engenheira florestal explica que os estudos mais recentes indicam que este fator está mais ligado à família e às características de cada espécie
independente dos biomas em que ocorrem. “Embora alguns estudos desenvolvidos na região nordeste indiquem que a dormência causada por embrião dormente seja bem pronunciada na Caatinga”, ressalva.
Para Figliolia, é importante olhar para o assunto também pensando em aperfeiçoar o sistema produtivo. “Aplicando corretamente as técnicas de germinação e superação de dormência e
fornecidos os recursos necessários ao processo germinativo, as sementes respondem prontamente, diminuindo o custo de produção, melhorando seu desempenho no campo, e
aumentando a rentabilidade do processo”, detalha.
“Para as espécies que apresentam dormências associadas como resistência mecânica e fisiológica, o estabelecimento de técnicas que propiciem a superação dessas condições, simultaneamente, propiciarão uma germinação mais rápida e uniforme, diminuindo os
problemas e custos de produção”, conclui.
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