Jacto - Divisão Agrícola anuncia nova presidência para 2014
A 2ª Conferência Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário foi aberta na manhã desta segunda (29), no Hotel Embaixador em Porto Alegre. O evento debaterá, durante dois dias, questões estratégicas para a elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento Rural e Sustentável e Solidário - a ser elaborado na 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural e Solidário - e vai eleger os delegados que representarão o Rio Grande do Sul no evento que ocorre em outubro em Brasília.
Sob o tema "Por um Brasil Rural com Gente do Jeito que a Gente Quer", a Conferência será dividida nos seguintes eixos temáticos: Desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Brasil Rural e fortalecimento da Agricultura Familiar e Agroecologia; Reforma agrária e democratização do acesso a terra e aos recursos naturais; Abordagem territorial como estratégia de desenvolvimento rural e promoção da qualidade de vida; Gestão e participação social; Autonomia das mulheres rurais; Autonomia e emancipação da juventude rural e promoção do etnodesenvolvimento.
Para o secretário de desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, é necessário pensar um projeto que possibilite o crescimento econômico, mas também é preciso o desenvolvimento de uma sociedade ambientalmente equilibrada. "Não podemos tratar a agricultura familiar como agronegócio, pois ela é mais que isso, envolve a família, a escola, o time de futebol, a igreja, o clube de mães e tantas outras organizações que existem nas comunidades, e que as políticas precisam atingir", reflete.
Segundo Pavan, outra preocupação das pessoas é a sucessão familiar e a autonomia dos jovens e mulheres. "Precisamos nos dar conta que o capitalismo avançou e está tirando a autonomia dos agricultores como um todo. As cadeias produtivas se verticalizaram, como, por exemplo, a cadeia das carnes, dos grãos, do leite. O modelo social propôs a monocultura, transformando o agricultor familiar em um produtor de matéria prima e isso não faz parte da cultura dele. Ele quer produzir e ser autônomo na produção", destaca o secretário. Neste contexto, segundo Pavan, os jovens não sairão de casa para estudar e voltar a produzir matéria prima para as cadeias verticalizadas.
A produção de alimentos prontos - não só a matéria prima - é o desafio de homens, mulheres, jovens e criadores de políticas. "Nós, aqui no governo do Estado, pensamos uma estratégia com este objetivo. Estamos no 3º Plano Safra, trabalhamos para recuperar a Emater e esta entidade pensa a agricultura para além da propriedade", diz Pavan, ao destacar que o momento e a conferência servem para projetar a agricultura familiar. "Esse é um grande desafio. Poucas vezes os governos federal e estadual, entraram numa sala, com órgãos diversos para propor políticas para o futuro".
A Conferência Estadual encerra hoje (30) e conta com a participação de diversas pessoas ligadas a escritórios da Emater, sindicalistas, movimentos sociais, e entidades como o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), universidades, Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), comunidades tradicionalistas, movimento de mulheres, entre outras.
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