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Agora que o Brasil começa a retomar o crescimento em bases sustentadas, precisa estruturar os Comitês de Bacias Hidrográficas a fim de que a demanda por água nas atividades econômicas seja equilibrada com as necessidades de abastecimento das pessoas. A declaração é do presidente da Agência Nacional das Águas (ANA), José Machado.
Ele palestrou durante a abertura do 38 Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola (CONBEA) que acontece em Juazeiro/BA até quinta-feira (06/08).
Para Aníbal, o país precisa sair dessa crise com novas atitudes em relação ao uso dos seus recursos hídricos. Décadas de políticas agrícolas desastradas, expansão urbana desordenada, esgotos industriais deixaram rios "apodrecidos" e um passivo ambiental "complicadíssimo" para a jovem legislação brasileira - criada só em 1997 - implementar uma boa governança e regulação do uso da água nas cerca de 150 bacias hidrográficas que existem em todo o território nacional.
De acordo com o presidente da ANA, é inconcebível que atividades econômicas importantes, como a agricultura, continuem a se expandir sem se preocupar com o desperdício de água. Da mesma forma, não ajuda ao desenvolvimento sustentável a falta de "diálogo" entre as políticas setoriais do país.
O investimento em uma bacia hidrográfica que leve em conta apenas o planejamento de um setor sem considerar a diversidade de demandas para abastecimento humano, geração de energia, atividade agrícola e produção industrial, dentre outros, vai ser fator de sérios conflitos de uso, que já acontece em vários lugares do Brasil. Em Piracicaba (SP), o uso desordenado dos recursos hídricos estava levando ao caos a bacia que banha a região. Foi preciso uma forte reação da sociedade para evitar uma crise séria, explica.
No Vale do São Francisco, a expansão da atividade agrícola nos moldes atuais vai ter como tendência o agravamento dos atuais conflitos de uso da água. Na região se pratica uma agricultura de grande performance a ponto de ser a principal exportadora de manga e uva fina de mesa para mercados como o dos Estados Unidos e União Européia. Contudo, não pode mais ignorar a exaustão dos recursos hídricos.
José Machado afirma que o 380 Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola ao eleger a bacia hidrográfica e a agricultura sustentável como tema principal para o debate técnico-científico entre os cerca de 600 participantes dá uma grande contribuição para a superação de problemas como a pouca experiência brasileira no planejamento integrados de bacias, além de encontrar novos caminhos para a geração e transferência de tecnologias para a agricultura nacional.
O Brasil dispõe de 30 milhões de hectares aptos à irrigação. A área efetivamente irrigada, no entanto, é de pouco mais de 10% desse total. Para Anibal, portanto, há um grande potencial para essa atividade se dinamizar e contribuir para tornar o Brasil um grande produtor de alimentos para os mercados interno e externo. Manter, no entanto, o atual padrão de desenvolvimento é dar um "tiro no pé".
O 38 Conbea é organizado pela Associação Brasileira de Engenharia Agrícola (SBEA), Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Embrapa Semi-Árido e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão de Pernambuco
Marcelino Lourenço Ribeiro Neto
Jornalista
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