Comitê elabora Plano de Controle Biológico para MS

O recém-criado comitê para elaborar um plano de controle biológico para Mato Grosso do Sul (MS) se reúne e discute ações prioritárias para o Estado e metas a serem atingidas a curto, médio e longos pr

23.09.2016 | 20:59 (UTC -3)
Eliana Cezar

O Comitê formado por sete entidades; Embrapa Gado de Corte e Agropecuária Oeste, Fundação-MS, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) e Secretaria de Estado de Produção e Agricultura Familiar – (SEPAF), tem novo encontro marcado para o próximo dia seis de outubro, quando o grupo deverá finalizar a proposta do Plano Estadual de Controle Biológico e em seguida submetê-la ao Governo do Estado.

As instituições de pesquisa e desenvolvimento que compõem o Comitê foram escolhidas pelo envolvimento de seus trabalhos com o tema controle biológico de pragas e doenças, e a Famasul, por representar as cadeias produtivas de MS e as secretarias estaduais.

A Embrapa trabalhará em diversas frentes, tanto na área vegetal quanto animal. Na segunda reunião ocorrida na sede da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande, MS, os presentes discutiram a estrutura para o Plano Estadual de Controle Biológico, que traria dados atualizados de impacto das principais pragas e doenças que afetam as cadeias produtivas mais expressivas do Estado, como a da soja e da pecuária, por exemplo.

MS vai se beneficiar com uso menor de produtos químicos nas lavouras

O grupo debateu a implementação da nova Lei da Inovação e a necessidade de desburocratizar e dar mais flexibilidade quanto ao uso dos recursos aportados para a pesquisa no Estado. De acordo com a chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Gado de Corte, Lucimara Chiari, “esse ponto é importante para obtenção de bons resultados de pesquisa”. Nessa ocasião também se discutiu a importância de incluir no plano, ações de capacitação de pessoal e de transferência de tecnologia. Segundo a pesquisadora é preciso ter uma estratégia para atrair biofábricas para MS, para que os ativos biológicos possam ser produzidos e comercializados no próprio estado.

“As linhas prioritárias do plano não foi definida, mas certamente levaremos em consideração as ações mais emergenciais que possam trazer soluções para controlar pragas ou doenças que estejam trazendo maiores prejuízos e que não tem uma solução disponível no momento”, esclarece Chiari.

Em relação aos benefícios para MS em ter um Plano de Controle Biológico, segundo a especialista eles são muitos: “Eu destaco a redução do uso de produtos químicos nas lavouras e na pecuária, que além de reduzir os custos de produção também é benéfica ao ambiente. Ademais os químicos têm gerado muita resistência em insetos e parasitos e essa resistência tem aumentado cada vez mais o número de aplicações, com menor eficiência. O controle biológico nada mais é que usar inimigos naturais das pragas e de vetores de doenças, de modo a controlar a população mantendo um equilíbrio no sistema”.

Mato Grosso do Sul enfrenta vários problemas de pragas e doenças nas lavouras e na pecuária. Hoje um problema considerado emergencial é o controle da mosca-dos- estábulos, que atinge diretamente os produtores de carne e de leite com prejuízos que variam entre 20% e 50% e também atinge a cadeia produtiva da indústria sucroalcooleira. O Estado tem registro de vários surtos e a Embrapa Gado de Corte tem atuado no monitoramento desses surtos. Pesquisadores trabalham no desenvolvimento de tecnologias que possam controlar o problema e uma delas se baseia no controle biológico.

Durante dois dias especialistas da Embrapa e de outros órgãos participaram na Famasul do I Workshop de Controle Biológico para discutir políticas públicas de Controle Biológico. No encontro discutiu-se a necessidade de elaboração de um Plano de Controle para MS com vistas a prevenir doenças e pragas de algumas culturas do Estado como soja, milho, algodão, cana-de- açúcar, florestas e de sanidade na pecuária. O final do Workshop resultou na criação do Comitê que já está trabalhando na elaboração de um Plano Estadual de Controle Biológico.

O evento foi uma realização da Embrapa, UCDB e Fundação MS, apoiada pela Famasul e Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect).

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