Comercialização e qualidade são desafios, apontam produtores durante Simpósio do Abacaxi

24.10.2013 | 21:59 (UTC -3)
Assessoria de Imprensa

O segundo dia do V Simpósio Brasileiro da Cultura do Abacaxi começou com a discussão em torno da comercialização do fruto. O Simpósio, que teve início nesta quarta-feira, dia 23, segue até o fim do dia desta quinta, 24, quando ocorrerá visita à propriedade produtora de abacaxi, no Polo de Fruticultura Irrigada São João, em Porto Nacional.

Para trocar experiências e ideias, os engenheiros agrônomos e produtores Marcelo Galatti e Glauco Giordani e o técnico agropecuário e produtor Délson Hansen, o empresário Washinton Dias, além do supervisor de Desenvolvimento Vegetal da Seagro, José Américo Vasconcelos, e o pesquisador da Embrapa, Aristóteles Pires de Matos, participaram da mesa redonda “Gargalos da comercialização do abacaxi”.

Os produtores e técnicos comentaram sobre as dificuldades que encontram para colocar o fruto no mercado, com qualidade e obter bom preço. “Hoje, por falta de marketing, um abacaxi maior na gôndola de um supermercado, com preço de R$ 7, a pessoa acha caríssimo. Então, falta trabalho de marketing para a cultura, mostrar suas vantagens”, destacou Galatti, para, segundo ele, incentivar o consumo do fruto e a qualidade de pós-colheita.

Comercialização

O empresário Washinton Dias, sócio-proprietário da Terra Fértil, fornece frutos para aproximadamente 450 lojas, cerca de 20 toneladas ao dia. O empresário comentou ainda sobre as perspectivas para exportação e, segundo ele, atualmente, é um mercado que não compensa ao produtor, devido às taxas e impostos desse tipo de comércio, devendo focar apenas no mercado interno.

Dias apresentou que até o ano de 2007 o Tocantins era o maior fornecedor de abacaxi pérola no Ceagesp de São Paulo, mas começou a perder espaço para o Pará. Um dos motivos foi a fusariose, praga que afetou as lavouras tocantinenses. Segundo ele, as principais reclamações dos produtores são por conta da inadimplência dos compradores, preço baixo pago pelo fruto e falta de confiança.

Cooperação

Como alternativas para organização do processo de produção e comercialização, a superintendente da OCB Sescoop-TO, Maria José Andrade, falou sobre as cooperativas e suas experiências bem sucedidas e deu dicas ao público de como organizar. “Não adianta ter abacaxi só uma vez no ano, tem que ter planejamento produtivo. Outro ponto que o produtor deve se atentar é com a assistência técnica e a cooperativa poderia ser a saída, com a oferta de assistência. A cooperativa não faz milagre, ela é formada por pessoas cooperadas”, destacou, acrescentando que cooperativa para dar resultado para o cooperado tem que ter no mínimo viabilidade econômica.

Case

Com o tema “Modelo de organização de produtores e abacaxi: o exemplo da Coopaita”, o presidente da entidade, Valdomiro Vicente Vitor, contou a história da Cooperativa Agroindustrial de Itaberaba, na Bahia, criada há 12 anos. São 94 associados, sendo 80% de agricultores familiares, chegando a comercializar R$ 5 milhões ao ano, do total de R$ 90 milhões comercializados no município. “Só em existir a cooperativa já começamos a ter certo respeito”, comentou, destacando que dentre as conquistas do grupo, Valdomiro apresentou que foram conseguidos maior qualidade da fruta, controle da produção e aumento do preço pago ao produtor. Dos projetos e extensão, ele apresentou a criação de uma agroindústria, pré-aquecedor solar e cooperativa de crédito.

Organização

O evento acontece a cada dois anos. No Tocantins é a primeira vez que ocorre e foi uma realização do Governo do Tocantins, através da Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seagro), em parceria com a Superintendência Federal da Agricultura (SFA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

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