Com incentivo do Governo do Estado do Tocantins, produtores investem em técnicas de produção sustentáveis

08.07.2014 | 20:59 (UTC -3)

Para aumentar a produção agropecuária em bases sustentáveis, a Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seagro) apoia o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC), criado pelo Governo Federal. O objetivo do projeto é incentivar a adoção de práticas agrícolas ecologicamente corretas para garantir a rentabilidade, baseada na sustentabilidade econômica, social e ambiental e os produtores tocantinenses já investem nas tecnologias.

Para o diretor de fomento à Produção Vegetal da Seagro, José Américo Vasconcelos, é crescente a preocupação com as questões ambientais e sua relação com a qualidade de vida no planeta. “Dentro dessa perspectiva, é fundamental reconhecer e assumir que a conservação dos recursos naturais é uma responsabilidade de todos os setores da sociedade, uma vez que todos consomem produtos originados desses recursos naturais“, ressalta.

A recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF), sistema plantio direto, plantio de florestas, fixação biológica de nitrogênio e tratamento de resíduos animais são as técnicas fomentadas pelo Plano ABC. Dentre elas, o engenheiro agrônomo, Genebaldo Queiroz, destaca o sistema de plantio direto e a adubação verde. “Aliadas estas técnicas preservam o solo, diminuem os custos de produção e aumentam a produtividade”, explica o engenheiro.

O princípio do sistema de plantio direto segue a lógica das florestas. Assim como a matéria orgânica caída das árvores se transforma em adubo natural, a cobertura verde de milheto, braqueárias e palhadas de soja e milho, depois de uma aplicação de herbicida, forma um “colchão” no solo. Isso reduz a incidência de raios solares, melhora a retenção de água e mantém a microfauna do solo.

Entre outras vantagens, o plantio direto proporciona a redução do uso de insumos químicos e controle dos processos erosivos, uma vez que a infiltração da água se torna mais lenta pela permanente cobertura no solo. O trânsito de máquinas é reduzido o que corta gastos e diminui a emissão de gás carbônico. “Este sistema garante a sustentabilidade da atividade e torna a propriedade mais rentável”, afirma o produtor de frutas e soja, Delson Hansen, do município de Fortaleza do Tabocão, localizado a 153 km de Palmas, e que utiliza a técnica.

Adubação verde

Já a adubação verde ou plantio verde é o nome dado à prática de adicionar leguminosas ao solo com intenção de recompor suas características químicas e físicas. As leguminosas mais utilizadas são mucuna preta, feijão guandu e crolatária, que absorvem o nitrogênio do ar e fixam no solo quando são incorporadas à terra. “Além de mais eficientes, as leguminosas apresentam uma vantagem diferenciada quando comparada a qualquer outro grupo de plantas. Elas são capazes de realizar a fixação biológica do nitrogênio com mais eficiência”, acrescenta o engenheiro da Seagro Genebaldo Queiroz.

Esta técnica reduz o uso de adubos químicos e aumenta a produtividade. “É uma boa alternativa para solos com baixa quantidade de matéria orgânica”, finaliza o produtor de abacaxi, Glauco Giordani de Aparecida do Rio Negro, cidade localizada a 70 km da Capital.

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