Com fim do vazio sanitário, plantio de soja em Goiás começa em 25 de setembro
Calendário estabelecido pelo Ministério da Agricultura prevê que a semeadura deve ocorrer até 02 de janeiro de 2025 no Estado
23.09.2024 | 14:58 (UTC -3)
Anna Letícia Azevedo
A partir de 25 de setembro, os produtores em Goiás poderão começar a semeadura da soja para a safra 2024/2025, uma vez que o vazio sanitário da cultura, iniciado em 27 de junho, chega ao fim em 24 de setembro. Durante os 90 dias desse período, os agricultores foram impedidos de plantar ou manter plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento nas lavouras.
A medida teve como objetivo prevenir a proliferação da principal praga da sojicultura, a ferrugem-asiática, já que as plantas que nascem nas áreas cultivadas após a colheita, conhecidas como “tigueras da soja”, podem abrigar o fungo causador da doença e, portanto, precisam ser eliminadas. A ação segue a Instrução Normativa nº 02, de abril de 2022, emitida pelo Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa).
Segundo o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, a ação fitossanitária é importante, porque contribui para assegurar a sanidade vegetal no Estado, que hoje é o quarto maior produtor de soja do País – atrás apenas de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul - segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A previsão é que Goiás encerre a safra 2023/2024 com 16,8 milhões de toneladas do grão.
“Se hoje Goiás se destaca em produção e produtividade na soja, muito se deve ao trabalho de defesa agropecuária realizado no Estado, juntamente ao compromisso do produtor rural goiano em seguir as medidas necessárias para garantir a qualidade do produto cultivado em Goiás e fomentar a economia agrícola goiana”, enfatiza.
Cadastro de lavoura
A Agrodefesa alerta ainda os produtores goianos de soja para a obrigatoriedade de cadastrarem suas lavouras. Conforme a Instrução Normativa nº 06/2024, o cadastro deve ser realizado a cada nova safra, de forma eletrônica, no Sistema de Defesa Agropecuário de Goiás (Sidago). O prazo máximo para o cadastramento é de 15 dias após o término do calendário de semeadura da safra 2024/2025, que será 02 de janeiro de 2025. No cadastro devem constar informações da área plantada, tipo de cultivar utilizado, data do plantio e previsão da colheita, identificação do responsável técnico e origem da semente.
Para a realização do cadastro, é solicitado o CNPJ de onde foi adquirida a semente, ou se a semente foi produzida pelo próprio produtor, além de informações sobre cultura irrigada ou não. Após a realização do cadastro eletrônico, o produtor deve imprimir o boleto gerado pelo sistema e efetuar o pagamento da taxa correspondente. O cadastro só será validado após a confirmação do pagamento, assegurando que todas as etapas foram devidamente cumpridas, caso contrário a taxa fica em aberto e o produtor estará sujeito às sanções administrativas.
Atenção
O início da safra 2024/2025, com o plantio da soja, demanda ainda atenção do setor produtivo rural em relação aos efeitos das queimadas no Estado. Segundo o assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Leonardo Machado, “é necessário avaliar os reflexos do pós-queimada, se vai ser preciso plantar com solo descoberto, por exemplo. O produtor vai ter que fazer essa avaliação de sua área”, destaca. Já a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, alerta que o ideal é os produtores consultarem as instituições meteorológicas. “Isso pode auxiliar com informações e planejamento para o melhor período de cultivo da soja sequeiro como forma de evitar prejuízos econômicos”, ressalta.
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