Com baixa cotação, comercialização da safra recorde de soja ainda está lenta no Paraná

Na média das últimas safras, a comercialização chegava a superar 70% da produção neste período

16.06.2023 | 14:37 (UTC -3)
Seab
Na média das últimas safras, a comercialização chegava a superar 70% da produção neste período; Foto: CNA
Na média das últimas safras, a comercialização chegava a superar 70% da produção neste período; Foto: CNA

A comercialização da safra de soja 2022/23, estimada em 22,34 milhões de toneladas, recorde na história, está lenta no Estado do Paraná, o que se deve principalmente à baixa cotação do produto no mercado. A análise pode ser conferida no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 7 a 16 de junho. O documento é preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

Na média das últimas safras, a comercialização chegava a superar 70% da produção neste período. No entanto, o último relatório, divulgado no final de maio, apresentava 43% de vendas, volume que não deve ter evoluído muito nos últimos 15 dias. A queda nos preços da oleaginosa faz com que o produtor que tem possibilidade de armazenagem acabe segurando mais o produto.

O preço recebido pelo produtor de soja pela saca de 60 kg está em torno de R$ 119,00, redução de aproximadamente 32% comparado a junho de 2022, quando a cotação atingia R$ 176,00. Segundo o documento do Deral, a maior oferta do produto no mercado doméstico, cotações em queda no mercado internacional e valorização do real frente ao dólar são alguns fatores que pressionam o preço da soja atualmente.

Milho e trigo

As chuvas dos últimos dias em todo o Paraná devem auxiliar na recuperação das plantas de milho impactadas pela estiagem que perdurava na maioria do Estado. Nesta semana as condições de lavoura permaneceram estáveis, quando comparadas à semana anterior, com 84% da área apresentando condição boa.

Em relação ao trigo, pesquisa semestral do IBGE revelou um recorde no volume armazenado em 31 de dezembro de 2022 no Brasil, atingindo 7,42 milhões de toneladas. Esse valor representa um aumento de 16% em relação ao mesmo período de 2021 (6,42 milhões de toneladas). Esse volume seria suficiente para atender o consumo dos moinhos brasileiros até meados de agosto deste ano.

Feijão e frutas

Cerca de 69% dos 299 mil hectares da segunda safra de feijão já foi colhido no Paraná. As maiores áreas ainda a serem colhidas concentram-se na região Sudoeste, e espera-se que sejam concluídas nas próximas semanas.

O documento do Deral fala ainda das cinco principais frutas transacionadas na Centrais de Abastecimento do Estado do Paraná (Ceasa) em 2022: maçã, banana, mamão, laranja e manga. Elas foram responsáveis por mais da metade dos negócios do segmento nas unidades atacadistas públicas.

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