Colheita do algodão no Oeste da Bahia deve acelerar nas próximas semanas

Expectativa é de colher em torno de 592,4 mil toneladas de pluma (produto beneficiado), em uma área de, aproximadamente, 309 mil hectares

31.05.2023 | 14:04 (UTC -3)
Catarina Guedes
Expectativa é de colher em torno de 592,4 mil toneladas de pluma (produto beneficiado), em uma área de, aproximadamente, 309 mil hectares; Foto: Wenderson Araujo/CNA
Expectativa é de colher em torno de 592,4 mil toneladas de pluma (produto beneficiado), em uma área de, aproximadamente, 309 mil hectares; Foto: Wenderson Araujo/CNA

Com expectativa de colher em torno de 592,4 mil toneladas de pluma (produto beneficiado), em uma área de, aproximadamente, 309 mil hectares, na última semana a região Oeste da Bahia deu início à colheita do algodão, da safra 2022/2023. Com a ajuda do clima, o produtor do cerrado baiano espera alcançar boa qualidade de fibra e confirmar a projeção de produtividade da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), de 1.937 quilos de pluma por hectare, ou 315 arrobas de algodão em capulho por hectare. O Oeste da Bahia concentra 97,8% da produção da commodity no estado, ficando os demais 2,2% a cargo da região Sudoeste. As duas regiões somaram, neste ciclo, 312,5 mil hectares – 1,16% a mais que em 2021/2022 – e devem produzir cerca de 600 mil toneladas de algodão.

De acordo com o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, do ponto de vista agronômico, o ciclo pode ser considerado muito bom. “O clima ajudou e, com o bom controle de pragas e doenças, a produtividade, certamente, vai se confirmar. Em relação à remuneração, esta será uma safra de margens pequenas, quando muito. Tivemos os maiores custos de produção dos últimos 20 anos, em função dos preços dos fertilizantes, que foram impactados pela guerra na Ucrânia e pelo rescaldo da pandemia, com uma recessão mundial. Adicionalmente, os preços das commodities estão pressionados. O que pode amenizar um pouco esta conjuntura é a produtividade”, pondera Bergamaschi.

A colheita no cerrado baiano começou, timidamente, na região da “Coaceral” (Companhia das Cooperativas Agrícolas do Estado da Bahia), no extremo Oeste do estado, e no núcleo conhecido como Rio de Pedras. Nas unidades produtivas do agricultor João Gorgen, o ritmo das cotton pickers ainda é lento, mas é embalado pela perspectiva de colher de 320 a 330 arrobas de pluma por hectare. “Nesta safra tivemos alguns bolsões de falta de chuva, em cerca de 20% da nossa área de algodão, ainda assim teremos uma boa qualidade de fibra”, diz o cotonicultor. Segundo ele, a qualidade tem ganhado cada vez mais peso entre as prioridades do grupo de que faz parte. “Precisamos nos adequar às demandas do mercado, mesmo que, para isso, tenhamos que mesclar materiais menos produtivos, mas que resultem em melhor qualidade”, explicou.

Segundo a Abapa, a colheita no cerrado baiano deve engrenar por volta da segunda semana de junho. O processo é 100% mecanizado. No Sudoeste, que planta mais cedo, o algodão começou a ser colhido no final de abril. Nesta região, caracterizada pela agricultura familiar, a colheita manual ainda é comum. 

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