Tempo quente nos negócios da Agrishow
A colheita dos principais grãos de verão cultivados no Rio Grande do Sul aproxima-se do final. Os produtores de soja já retiraram 92% dos grãos das lavouras, obtendo produtividade média de 1.426 kg/ha e qualidade apenas regular. As últimas áreas a colher são as que tiveram melhores condições de umidade, mas, mesmo assim, estão abaixo da normal para o seu desenvolvimento, não alterando o quadro geral da produção.
No arroz, a colheita alcança 93% da área semeada, com boa evolução dos trabalhos, aproximando-se do final das fases produtivas. Em alguns municípios, essa operação já se encerrou. Também se encaminha para o final a colheita do milho, com 83% da área colhida. As chuvas das últimas semanas melhoraram um pouco as condições gerais do milho plantado no tarde e do que foi semeado além do período indicado pelo zoneamento agroclimático para o Rio Grande do Sul. No entanto, a situação da cultura não se alterou em relação à perspectiva de baixa produção do milho plantado em janeiro.
As precipitações apenas beneficiaram o milho semeado em final de fevereiro e no início de março, que está apresentando um bom desenvolvimento e aspecto, com perspectiva de pelo menos produzir um bom volume de matéria verde para alimentação dos animais. A maioria dessas lavouras será destinada para silagem.
O feijão 1ª safra já foi totalmente colhido no Rio Grande do Sul, com as lavouras da 2ª safra apresentando-se, no momento, nas fases de enchimento dos grãos, maturação e colheita. Algumas áreas do Alto e Médio Alto Uruguai estão sendo prejudicadas pela falta de umidade, resquício da estiagem que ainda se mantém, o que deve se refletir de forma negativa na produtividade final dessas lavouras.
À medida que chega ao final a colheita dos grãos de verão, tem início a semeadura de cultivos de inverno. Nesta semana, na Fronteira Noroeste, os triticultores começaram a semeadura das primeiras lavouras no Estado. A maioria dos produtores ainda está finalizando os projetos de custeio para essa safra, realizando reservas dos insumos e dessecando as áreas destinadas ao trigo. Diante do atual quadro da estiagem e da frustração das lavouras de verão, especialmente de soja, muitos produtores estão procurando crédito para semeadura de trigo, o que pode resultar em um aumento de área para cultivo do trigo na safra que inicia.
Os produtores de canola realizam, no momento, a dessecação das áreas que irão receber a oleaginosa na Metade Norte do Estado. Somente na região do Planalto, a área cultivada deverá atingir 20 mil hectares, um incremento de três mil hectares em comparação a 2011. A frustração dos produtores com as safras de primavera/verão também deve se refletir em um aumento na área cultivada com cevada no Rio Grande do Sul. Na safra anterior, foram cultivados cerca de 34 mil hectares no Estado.
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