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Após um início de safra prejudicado pelo excesso de chuva, com atraso na semeadura e difícil estabelecimento da cultura, na reta final de desenvolvimento o trigo gaúcho volta a ser prejudicado pelo clima.
Em pleno florescimento, no mês de setembro, as precipitações afetaram a maioria das lavouras do Rio Grande do Sul. Os dias quentes e úmidos favoreceram o surgimento de manchas foliares, oídio e doenças de espiga, como giberela e brusone, sendo esta mais comum em regiões quentes do Paraná.
De acordo com a coordenadora da unidade de cultivos de inverno da Fundação Pró-Sementes, Kassiana Kehl, muitos produtores se queixam da alta do custo de produção causado pelo aumento no número de aplicações de fungicidas. “Este acréscimo de investimento não está sendo viável, já que o cereal está desvalorizado”, acrescenta a pesquisadora. Segundo ela, nem mesmo o preço mínimo estipulado pelo governo (R$ 28,67, a saca de 60 kg) está sendo praticado no mercado.
No norte do RS, na região de Passo Fundo, onde as lavouras estão no fim de enchimento de grãos, as tempestades têm prejudicado o desenvolvimento final da cultura. Já no oeste do estado, a colheita de materiais precoces e semeados primeiramente está em andamento. “Além de ter a produtividade afetada, os grãos contaminados por doenças fazem com que boa parte da produção tenha que ser destinada para a ração animal”, lamenta Kassiana Kehl.
“Para o trabalho de melhoramento genético de cultivares, safras como esta são um bom momento para selecionar materiais realmente promissores, que despontam com maior tolerância a certas doenças”, avalia a coordenadora da unidade de cultivos de inverno da Fundação Pró-Sementes.
Ao contrário de 2013, quando a safra de trigo gaúcha superou a paranaense, neste ano, as estimativas apontam que a produção do Paraná deve ser maior que a do Rio Grande do Sul. Mesmo com as chuvas prejudicando a colheita na região centro-oeste, que engloba cidades como Campo Mourão e Cascavel, o norte do estado está obtendo boas produtividades, e há boas perspectivas também no sul. No sudoeste, os produtores estão em plena colheita, privilegiados pelo tempo seco.
Ao analisar a rede de pesquisa de culturas de inverno da Fundação Pró-Sementes, que se estende do RS a SP, Kassiana Kehl observa, ainda, que os ensaios conduzidos no estado de São Paulo foram fortemente prejudicados pela seca, enquanto que os de Santa Catarina apresentam um bom desenvolvimento. “Em Abelardo Luz (SC), por exemplo, as precipitações foram normais e não foram registados problemas por falta ou excesso de chuva”, conclui.
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