Clima favorece e algodão baiano retoma qualidade

24.03.2010 | 20:59 (UTC -3)

De acordo com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão - Abapa, as perspectivas são muito boas para a próxima safra no Oeste do estado.

Isso porque o clima está ajudando, ao contrário do ano passado, quando a chuva prejudicou muito a produção da cultura na região. “Se chover até 15 de abril, dentro da normalidade para a época, teremos uma boa safra”, diz o presidente da Abapa, João Carlos Jacobsen.

A principal causa do retorno à boa fase da pluma é que fenômeno chamado de veranico, período de estiagem acompanhado por calor intenso e baixa umidade, ocorreu em pontos isolados e por isso não vai prejudicar a produção como em 2009. “Os cotonicultores estão bastante otimistas e esperando melhor produtividade e produção, caso as chuvas continuem com a regularidade com que vêm ocorrendo, pois a lavoura apresenta um bom aspecto vegetativo e fitossanitário. Um período de chuva seguido por um período de sol é o ideal para uma pluma de bom peso e boa qualidade”, conta Jacobsen.

O algodão da Bahia está acima do padrão exigido pelo mercado nacional e mundial, o que facilita a comercialização. Em comparação com os índices nacionais, o algodão baiano tem média superior em 90% das características analisadas, como micronaire, resistência, maturidade, comprimento e uniformidade.

Preços ainda não compensam os custos de produção

Apesar da expectativa positiva para a safra, o preço continua remunerando mal o produtor. O preço médio da arroba da pluma está em R$ 45. “Para o momento é relativamente bom, mas mal cobre os custos de produção”, afirma o presidente da Abapa. “Os gastos subiram muito e não há mais as margens necessárias.” Para Jacobsen, a arroba da pluma a R$ 50 seria uma boa remuneração.

De acordo com o presidente, os custos com fertilizantes, mão de obra, óleo diesel e o aumento do uso de defensivos diminuem as margens. Segundo dados da Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab), entre as principais culturas produzidas na região Oeste do estado, o algodão é a que apresenta o custo mais elevado, com R$ 5,7 mil por hectare. Para os técnicos da Abapa, apesar da cultura evidenciar resultados claros de recuperação nos mercados interno e externo, a crise econômica mundial ainda reflete nos custos de produção.

Em relação à demanda, Jacobsen diz que o mercado está aquecido. “A demanda vai bem, porém, a indústria só está comprando o necessário para consumo imediato, sem formar estoques, pois sabe da proximidade da colheita”. Com uma área plantada de 258 mil hectares, redução de 6,8% em relação à safra anterior, a produtividade média estimada é de 270 arrobas de capulho por hectare para a safra 2009/2010. A produção deve atingir 408 mil toneladas de algodão em pluma (rendimento médio de 39%), aumento de 15% em comparação com a safra 2008/09.

Na região Sudoeste da Bahia, que possui características diferentes de solo e regime pluviométrico, o plantio já foi concluído. A Abapa informa que as lavouras da cultura ocuparão uma área de 13,6 mil hectares no pós-plantio, aumento de 0,2%, em relação à área anterior. A produtividade deve cair para aproximadamente 150 arrobas por hectare, devido à ocorrência de veranicos na região. Já a produção será de 30,6 mil toneladas de algodão em caroço.

Fonte: Imprensa Abapa

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