Clima e câmbio devem estimular produção na próxima safra de cana

Ênio Fernandes, da CNA, defende aumento do crédito, sem aumento dos juros, em reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e do Álcool

17.03.2016 | 20:59 (UTC -3)
Comunicação CNA

As perspectivas para a safra 2016/2017 do setor sucroalcooleiro são boas. Com o clima e o câmbio favoráveis e melhores preços de comercialização, a produção de cana-de-açúcar, etanol e açúcar deve crescer no Brasil, assim como as exportações. Com este cenário, representantes do segmento debateram, nesta quarta-feira (16/3), na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), propostas para o próximo Plano Agrícola e Pecuário (PAP), que devem ser levadas à ministra Kátia Abreu no final deste mês.

“Nossa meta é aumentar o volume de crédito, sem aumento da taxa de juros, para manter o setor competitivo e gerando renda”, revelou o presidente da Comissão Nacional de Cana-de-açúcar da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ênio Fernandes. Segundo ele, entre os motivos que ajudam a explicar o momento favorável, estão o maior volume de chuvas, o aquecimento da demanda, pelo etanol, e o câmbio favorável, com a alta do dólar, que alavancou as exportações. “O câmbio atua nas duas pontas. Aumenta os custos, mas também o faturamento. Quando fazemos essa composição, houve mais benefícios do que malefícios”.

Apesar do cenário positivo para a atividade sucroenergética, Fernandes alertou para a crise que tem levado ao fechamento de usinas ou a aquisição delas por outras indústrias maiores, em razão do alto endividamento, que chega ao total aproximado de R$ 70 bilhões. “Em alguns casos, o endividamento é tão grande que nem os bons momentos conseguem sanar. Infelizmente é uma realidade que ainda se mantém”, afirmou presidente da Comissão de Cana-de-Açúcar da CNA.

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