Citricultura: o que o Brasil pode aprender com o Peru

AlfaCitrus esteve no país andino e conheceu, em detalhes, as técnicas e tecnologias utilizadas

07.05.2018 | 20:59 (UTC -3)
Rodrigo Capella

Solo, clima e hidrografia. Apesar das muitas diferenças se comparado com o Brasil, o Peru merece a atenção dos citricultores, já que consegue se destacar na exportação de laranjas.  

Com o objetivo de conhecer em detalhes as técnicas e tecnologias utilizadas neste país andino, a AlfaCitrus, uma das cinco maiores beneficiadoras de laranjas e tangerinas do Brasil, visitou Lima, Chincha, Cañete, Santa Rosa e Huaral.

Durante a viagem, Pedro Fávero, sócio e diretor da AlfaCitrus, observou que o Peru tem ampla experiência em adensamento de plantio, o que contribui para uma elevada produtividade. “Eles utilizam esta técnica há mais de quarenta anos, enquanto o Brasil passou a implementá-la em menos de dez anos”.

Outro ponto constatado foi o alto investimento em sistemas de irrigação. “Os peruanos plantam no deserto, o que exige a aquisição de soluções para mitigar a escassez de chuvas e proporcionar uma produção de qualidade”, destaca o diretor da AlfaCitrus.

Pedro Favero acrescenta que a produção peruana de laranja é concentrada em frutas pequenas e sem semente, o que agrada aos Estados Unidos e a diversos países da Europa. “Já no Brasil, a produção se concentra em frutas grandes e com sementes, principalmente para consumo interno e produção de sucos”, compara.

Em relação às podas, o diretor da AlfaCitrus aponta uma grande diferença. “Enquanto no Brasil predomina a mecanização, no Peru as podas são manuais”, explica.

Todo este contexto, analisa Pedro Favero, contribui para que a laranja do Peru seja internacionalmente mais valorizada. “Eles conseguem comercializar o quilo a 1 dólar e nós a apenas 35 centavos de dólar”, finaliza.

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