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Uma das mais importantes pragas quarentenárias em expansão mundial na atualidade, a Drosophila suzukii ainda não possui inseticidas registrados no Brasil, mas já está sendo controlada nos pomares do Rio Grande do Sul graças a recomendações técnicas da Embrapa, repassadas aos produtores pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater/RS-Ascar). O inseto também é conhecido por suzuki, “Spotted Wing Drosophila” (SWD), ou drosófila-da-asa-manchada.
O monitoramento e controle da suzuki foram obtidos com esforços da equipe da Embrapa em parceria com a extensão rural, produtores e outras instituições. Além de estudar as ações realizadas em outros países, os pesquisadores observaram os hábitos do inseto no Brasil, buscando formas alternativas para o seu controle, como, por exemplo, a melhor posição para a instalação das armadilhas no cultivo. “Estudamos os hábitos da suzuki na Região Sul do Brasil e conseguimos identificar os horários de maior atividade das moscas e também onde elas se escondem nos plantios”, comentou o pesquisador Régis Sívori Silva dos Santos, que atua em Vacaria (RS), na Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado da Embrapa Uva e Vinho e coordena as ações relacionadas à suzuki.
O pesquisador reforça que uma grande dificuldade para o controle é a facilidade de expansão desse inseto. “As fêmeas depositam os ovos nas frutas próximo ao período de maturação, sem deixar danos aparentes. Dessa forma, mesmo com a postura, as frutas são colhidas, embaladas, transportadas, comercializadas, consumidas ou inutilizadas, dependendo do estágio de desenvolvimento do inseto”, pontua. A visualização do inseto só acontece quando a fruta está completamente estragada, ou seja, com a larva desenvolvida, num período que varia de três a sete dias.
Ele explica que outros danos secundários também podem acontecer posteriormente, como doenças causadas por fungos e bactérias que entram nos frutos a partir dos danos da drosófila. “A ação da mosca Drosophila suzukii não é fácil de detectar nos pomares, pois o inseto é minúsculo e ainda pouco conhecido no Brasil”, sintetiza Santos, que complementa afirmando que desde 2008 a mosca vem causando prejuízos expressivos na América do Norte e Europa, além do Brasil, onde chegou provavelmente por meio da importação de mudas ou frutos.
Segundo levantamentos realizados pela Emater/RS-Ascar, logo na chegada da mosca aos cultivos de morangueiros, em 2014, os prejuízos foram catastróficos. Os fruticultores perderam cerca de 60% da produção, pois não conheciam a praga. Hoje, com a adoção das práticas indicadas pela Embrapa, a praga está sendo monitorada e, quando surge, é rapidamente controlada, minimizando os prejuízos, que chegam no máximo a 5%. “Se o produtor adota todas as recomendações, o prejuízo é mínimo”, acrescenta o agrônomo Ênio Ângelo Todeschini, assistente regional em fruticultura da Emater Regional de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, um dos principais polos produtores de frutas na Região Sul.
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