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Nos últimos 20 anos, a citricultura venceu os desafios e hoje está integrada à diversificação da agricultura familiar, com grande repercussão econômica e social para os produtores e para o Rio Grande do Sul, destacou o diretor técnico e presidente em exercício da Emater/RS, Gervásio Paulus, na abertura oficial do 19º Ciclo de Palestras sobre Citricultura do Rio Grande do Sul, que acontece em Arvorezinha, no Alto do Vale do Taquari. O evento encerra-se nesta quinta-feira (24), após seminários, palestras e debates sobre a cadeia da citricultura no Estado.
O município de Arvorezinha é considerado a Terra da Erva-Mate e do Melhor Chimarrão, e é também a Capital da Cultura do Vale do Taquari. Com 53 anos de emancipação, Arvorezinha possui hoje 190 produtores de citros que, em 325 hectares, produzem 62% de laranjas Valência, 12% das variedades Monte Parnaso e Lane Late e o restante de laranjas comuns. De bergamota, são 10 hectares, informou o chefe do escritório da Emater/RS-Ascar de Arvorezinha, Cléber Schuster, ao complementar que a produção anual do município é de 3.600 toneladas de laranjas. Como tradicional produtora de erva-mate, Arvorezinha possui em torno de mil produtores, que cultivam uma área de 6.850 hectares e atingem uma produção média de 50 toneladas de erva-mate por ano.
Durante a cerimônia de abertura, que teve a presença de autoridades estaduais, regionais e municipais, além de técnicos e produtores de 54 municípios do Estado, foram homenageados os pioneiros e os incentivadores da produção de citros no município, como o engenheiro agrônomo Pedro Augusto Rücker, representado por Derli Paulo Bonine, gerente regional da Emater/RS-Ascar de Lajeado; além de Cezar Burille, que auxiliou na implantação dos primeiros 50 hectares de citros no município, em 1995; Nestor Pompemaier, que foi secretário de Agricultura na época inicial do projeto; e Sérgio Reginatto Venerer, prefeito em 1993, quando o município era produtor de fumo e que, a partir de 1995, passou a incorporar a diversificação na propriedade rural, incentivando a produção de citros. Apesar dos obstáculos e da descrença na atividade, a homenagem nesta edição do evento destacou os pioneiros da citricultura em Arvorezinha.
Para o vice-prefeito, Jacir Gabiatti Zatt, em quase 20 anos de atividade, a citricultura está forte e pujante. “O desenvolvimento do nosso município pode ser considerado diferenciado”, disse. Cléber Schuster, chefe do escritório da Emater/RS-Ascar e representando a presidência da Câmara de Vereadores, também destacou que, apesar do momento de dificuldades pela estiagem que ocorre no Estado, a diversificação da produção rural é uma alternativa para a melhoria de renda dos agricultores familiares.
“O fortalecimento da cadeia produtiva de citros é demonstrado na realização de eventos como este, que refletem o potencial e a grandiosidade da produção, reunindo ensino, pesquisa e extensão rural”, observou o diretor da Faculdade de Agronomia da Ufrgs, Pedro Alberto Selbach. “O desafio coletivo está em atingirmos níveis crescentes de sustentabilidade, seja nas formas de manejo da produção, seja na organização do produtor e de toda a cadeia produtiva da citricultura, sendo fortalecida”, afirmou o diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus.
Representando o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o engenheiro agrônomo Jairo Carbonari ressaltou o evento como uma oportunidade para que técnicos e produtores discutam o avanço da produção, “até porque, como produtores de citros, temos desafios nacionais e internacionais para encarar”.
O desenvolvimento das cadeias e os investimentos públicos na erradicação da pobreza extrema e na melhoria da qualidade de vida das famílias rurais foram citados pelo presidente da Fepagro, Danilo Rheinheimer dos Santos, que é natural de Arvorezinha e, na solenidade, representou o secretário Estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, e o governador Tarso Genro. Ele destacou a “concertação” promovida pelo Governo do Estado em diversos investimentos na infraestrutura básica, como os mais de R$ 150 milhões em ligações asfálticas, “favorecendo o desenvolvimento produtivo, social e econômico das comunidades”.
O prefeito de Arvorezinha, José Odair Scorsatto, que também é presidente da Associação Gaúcha de Municípios, salientou a parceria com a Emater/RS-Ascar e a criação de políticas públicas que incentivam a citricultura, como 30% de auxílio para a aquisição de mudas, a análise de solo gratuita e o investimento de mais de R$ 40 mil na construção de um prédio para que os produtores trabalhem de forma cooperada. “A citricultura foi aceita e hoje a região se sente valorizada e prestigiada com um evento de porte nacional como este”. O prefeito anunciou o fortalecimento da diversificação da agricultura familiar, ampliando programas como os de fruticultura, avicultura, suinocultura, de gado de leite e da erva-mate, “carro chefe do município”, disse, ao afirmar que “agricultura sustentável se faz acreditando, confiando e investindo no agricultor”. O 19º Ciclo de Palestras prossegue nesta quinta-feira (24), no auditório da Prefeitura.
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