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Em 5 de outubro, na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT), especialistas e senadores voltaram a debater sobre o projeto de reforma do Código Florestal. Celso Manzatto, chefe da Embrapa Meio Ambiente, apresentou aos senadores sugestões para a adoção no Brasil de um modelo agrícola de baixo carbono ou agricultura verde.
Conforme Manzatto, nesse modelo são adotados sistemas de produção de baixa emissão de gases de efeito estufa e que levem ao sequestro de carbono, como o plantio direto e integração lavoura-pecuária-floresta.
Nesse sentido, a produção agropecuária está diretamente associada à manutenção de áreas de reserva legal e à proteção de áreas de preservação permanente (APP), como condição para o avanço da produtividade agrícola. Manzatto também ressaltou a necessidade de reconhecimento e remuneração do produtor rural que investe na conservação dos recursos naturais.
O chefe da Embrapa Meio Ambiente sugere o aumento da eficiência de práticas convencionais para redução do consumo de insumos escassos, caros ou ambientalmente danosos. Como novos desafios para redução do consumo desses insumos, Manzatto cita a aplicação do manejo integrado de pragas (MIP) e de boas práticas agrícolas (BPA), aperfeiçoamento das tecnologias de aplicação, capacitação de técnicos e produtores, uso do receituário agronômico como ferramenta efetiva de recomendação e controle da aplicação de agrotóxicos, restrição de produtos altamente tóxicos, além de integração e/ou substituição de insumos e práticas convencionais por práticas sustentáveis, incentivando o desenvolvimento e adoção de insumos biológicos, novos fertilizantes, fixação biológica de N,entre outros.
Ele cita também o redesenho do agroecossistema baseado em um novo conjunto de processos ecológicos, como por exemplo, o ordenamento territorial, a valoração e pagamento de serviços ecossistêmicos, o incentivo à produção de base ecológica, e o conhecimento e uso da biodiversidade,
Manzatto enfatizou em sua apresentação que o produtor rural que investe na conservação dos recursos naturais, com custos adicionais de produção, deve ser reconhecido e recompensado pela sociedade que se beneficia da produção de alimentos, fibras e energia e dos serviços ambientais. Para tanto, é fundamental a existência de políticas públicas e recursos financeiros para incentivo e adoção de um novo modelo agrícola.
“Como incentivar quem procura produzir e conservar o meio ambiente?”, pergunta o pesquisador. Com instrumentos passíveis de inclusão nas regras de mercado cujo objetivo é premiar produtores conscientes de sua responsabilidade socioambiental e com adequado desempenho de suas atividades. Ao final, Manzatto citou algumas metodologias desenvolvidas pela Embrapa Meio Ambiente que podem colaborar com a avaliação dos impactos e reconhecimento dos serviços ambientais, assim como para a gestão das propriedades agrícolas, como o Ambitec-agro e o Apoia Novo-Rural.
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