CETEA/ITAL: produtos com menor impacto ambiental

18.03.2010 | 20:59 (UTC -3)

Em parceria com uma rede mundial de hipermercados, o centro orientou o desenvolvimento de produtos com menor impacto ambiental

Há quase um ano, o CETEA, Centro de Tecnologia de Embalagens do ITAL (Instituto de Tecnologia de Embalagens/ Secretaria de Agricultura e Abastecimento) recebeu um convite da rede mundial de hipermercados Walmart para acompanhar e orientar o desenvolvimento da melhoria ambiental de dez produtos como achocolatados, chás, amaciantes de roupas, fraldas descartáveis, entre outros produtos já conhecidos dos consumidores brasileiros e do mundo. Desta vez, a consultoria prestada pelo Centro fez parte de uma iniciativa para motivar as indústrias a produzir e oferecer aos consumidores, produtos com menor impacto ambiental, ou seja, produtos que apresentam melhorias no seu desempenho ambiental quando comparados com suas versões atuais. “A ideia do projeto é demonstrar a empresários e fornecedores que sempre é possível melhorar seus produtos” diz a pesquisadora do CETEA, Eloísa Elena Correia Garcia

Para isso, um grupo de seis pesquisadores do CETEA acompanhou as propostas de melhorias desses produtos, analisando todas as etapas do seu ciclo de vida, com base em princípios da ferramenta de Avaliação do Ciclo de Vida - ACV, que verifica a interação do produto com o meio ambiente desde a extração dos recursos naturais como as matérias-primas, até a disposição final do produto analisando, inclusive como ele foi transportado, usado, consumido e descartado. “Tomemos como exemplo um hambúrguer. A Avaliação do Ciclo de Vida desse produto se inicia na produção da ração animal do gado e segue pelo impacto ambiental da vida do boi, de como é feito o abate, o processamento da carne, o tratamento de resíduos, a fabricação do hambúrguer e de sua embalagem, o transporte desse alimento, o estoque, a comercialização e até mesmo como ele é utilizado na casa do consumidor e como é o descarte dos resíduos de seu consumo”, explica a pesquisadora do CETEA.

Segundo Eloísa, no acompanhamento do ciclo de vida de um produto observa-se, principalmente, a forma na qual a produção interage com o meio ambiente, quantificando o gasto e qualidade de água usada, a forma com a qual ela é devolvida ao meio ambiente, o consumo de energia e de combustível, a forma de transporte, entre outros fatores que podem contribuir para o aumento ou minimização da poluição do planeta. “Quantificando isso tudo podemos avaliar onde é possível implantar melhorias. Sempre é possível reduzir emissões de poluentes, redimensionar embalagens para que possam ser transportadas em menos viagens de caminhão, usar água sem desperdício etc. Ou seja, pode-se reduzir o impacto ambiental dos insumos, da produção e do consumo. É fazer mais com menos”, diz a pesquisadora

O pesquisador e coordenador do projeto, Guilherme de Castilho Queiroz, ressalta que para o processo de “pensar o ciclo de vida” dos produtos comercializados pelo Walmart, assim como para outros projetos do tipo, é usado o princípio da “melhoria contínua e equilibrada”, que entende o ciclo como um todo. “Dessa forma, podemos avaliar todo o processo, sem ocasionar equívocos que trazem melhorias em um ponto e prejuízo para um outro”, diz Queiro

As empresas que aceitaram o desafio do Walmart, mensalmente se reuniam com os pesquisadores do CETEA para avaliar as propostas de melhoria dos produtos. “Nosso papel se assemelhava ao de um consultor ou orientador: os representantes das empresas traziam as propostas e nós criticávamos e aconselhávamos. Algumas das empresas já tinham tido contato com trabalhos parecidos com esse. Porém, para outras, tudo foi uma novidade”, cont

Após mais de um ano de trabalho, o CETEA validou as propostas finais de melhorias dos produtos que as empresas passaram a aplicar. O resultado do projeto são dez produtos, que até o final do mês de fevereiro estarão sendo comercializados em todos os supermercados do Brasil. “Quando o consumidor lê numa embalagem que determinado produto é orgânico, ele merece saber o que realmente foi feito para que o alimento tenha essa denominação. E isso está nas embalagens desses produtos e na comunicação do projeto que plantou uma semente da educação ambiental não só nas empresas, mas também no consumidor”, disseram os pesquisadores

(A lista de produtos que participaram do projeto pode ser encontrada no site do hipermercado Walmart, no seguinte link:

).

Cleide Elizeu

Assessoria de Comunicação do ITAL

(19)3743.1757 /

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