Cenários diversos na colheita do milho no RS

Estiagem causa perdas em várias regiões do estado; mesmo lavouras irrigadas sofrem

26.01.2023 | 17:06 (UTC -3)
Cultivar, com informações Emater-RS

Nos últimos dias, houve rápido avanço da colheita de milho no Rio Grande do Sul. Alcançou 27% da área cultivada, conforme informações da Emater/RS. Foi realizada em três situações: em lavouras que finalizaram o processo de maturação; em plantas cuja maturação está acelerada pela estiagem; para liberar as lavouras para novos cultivos (apesar de a umidade dos grãos estar acima da ideal).

Em nova avaliação de produtividade, a Emater/RS estimou: estabilidade na região Caxias do Sul; perdas na de Porto Alegre; aumento de perdas nas regiões de Erechim, Ijuí, Lajeado, Passo Fundo, Pelotas e Santa Rosa; e perdas graves nas regiões de Bagé, Frederico Westphalen e Santa Maria.

Nas regiões mais afetadas, houve abandono de lavouras, liberando-as para o consumo dos animais. Os produtores que financiaram o cultivo aguardaram a anuência dos peritos para o aproveitamento da massa verde na forma de silagem.

As lavouras irrigadas apresentam potencial satisfatório, embora também sofram efeitos adversos das altas temperaturas e das elevadas taxas de evapotranspiração -- que excedem a capacidade de reposição de água pelos pivôs, carretéis ou sulcos.

Soja

As lavouras de soja apresentam disparidades. Tudo em razão de chuvas mal distribuídas e com grande variação de volume. Algumas apresentam desenvolvimento próximo à normalidade. Outras, localizadas em solos com menor capacidade de retenção de umidade, estão com graves danos e morte de plantas.

Houve um agravamento na estiagem em parte do estado. A zona mais afetada compreende as regiões administrativas da Emater/RS de Santa Maria e Santa Rosa. O decréscimo é intermediário nas de Bagé, Frederico Westphalen, Ijuí, Lajeado e Pelotas. As perdas são menores nas de Erechim e Soledade. Não há redução nas de Caxias, Passo Fundo e Porto Alegre.

Em termos fitossanitários, houve aumento da incidência de tripes. Principalmente em locais com menores volumes de chuva.

Os produtores aproveitaram as melhores condições de umidade no ar para realizarem aplicações de fungicidas. Como a pressão de doenças é menor, estão utilizando alternativas com custo menor.

Na Metade Sul, algumas lavouras apresentaram sintomas de oídio, mas a severidade de infestação é baixa. Os produtores foram recomendados a monitorar a evolução dos sintomas para avaliar a necessidade de aplicação de fungicidas.

Arroz

No arroz, há dois cenários distintos. O primeiro, referente à maior parte das lavouras, é de adequada disponibilidade de água. O potencial produtivo se manteve elevado, favorecido pelas condições climáticas, coincidentes com a fase reprodutiva. O segundo cenário é composto por um menor número de lavouras, que apresentam problemas de falta de água e onde a irrigação é realizada com menor eficiência, podendo chegar ao ponto de abandono de alguns talhões em casos extremos.

No entanto, é a cultura de verão menos afetada pela estiagem. Entre as regiões de maior produção, a expectativa de produtividade ainda é mantida nas regiões administrativas da Emater/RS de Lajeado e Porto Alegre. Há perspectiva de redução nas de Santa Maria e Soledade. Os maiores danos ocorrem nas de Bagé e Pelotas.

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