Castrolanda inicia obras do entreposto no Tocantins

A cooperativa anunciou no ano passado a expansão dos seus negócios para o estado

21.01.2025 | 14:14 (UTC -3)
Castrolanda

A Castrolanda Cooperativa Agroindustrial, fundada no Paraná em 1951 por imigrantes holandeses, irá iniciar no primeiro semestre de 2025 as obras do entreposto de recebimento de grãos na cidade de Colinas do Tocantins (TO). A cooperativa anunciou no ano passado a expansão dos seus negócios para o estado do Tocantins e desde então o projeto avançou a partir de diversos estudos de viabilidade. A previsão é que na metade de 2026 a unidade esteja concluída.

Com capacidade estática planejada de 44 mil toneladas na primeira fase e investimento de cerca de R$ 100 milhões, o objetivo da unidade é fomentar a agricultura local garantindo a segurança do produtor desde o momento da colheita até a entrega da sua produção com tempo de fila adequado, além de dar suporte aos cooperados paranaenses que desejam investir na região.

Na unidade de Colinas do Tocantins, a Castrolanda visa replicar o sucesso da atuação no Paraná, gerando valor aos cooperados e ao mercado, crescendo de forma sustentável e alinhada ao planejamento estratégico da cooperativa. “Vejo que a cooperativa é uma extensão do cooperado, se ele crescer a gente cresce, e isso precisa estar bem consolidado para que a gente consiga crescer tanto no Paraná, mas também em São Paulo e no Tocantins”, aponta o Diretor Executivo da Castrolanda, Seung Lee.

Características da obra

O entreposto irá operar com a recepção, secagem, armazenamento de grãos e comercialização da produção. A unidade foi projetada considerando um crescimento futuro e prevê um empreendimento cujos diferenciais serão a eficiência operacional, tecnologias modernas e alto grau de automação.

Em novembro de 2024, a cooperativa garantiu o fornecimento dos equipamentos após rodadas de negociação com a empresa vencedora para a fabricação, transporte e instalação. A unidade também terá todo o monitoramento, aferição e calibração dos equipamentos para garantir a qualidade do produto entregue pelos produtores, com uma classificação bastante transparente, trazendo confiabilidade, segurança e credibilidade aos cooperados.

A obra irá contar com dois fluxos de recepção, de 300 toneladas por hora, que vão possibilitar o recebimento de 2500 toneladas em cada linha, totalizando 5000 toneladas de recepção por dia. A nova unidade também será compacta e moderna, com redução de espaços confinados em túneis e do trabalho em altura, o que torna a recepção mais segura.

“Será uma unidade bastante automatizada e isso garante uma operação mais controlada e eficiente. Além disso, faremos a secagem a cavaco para garantir melhor eficiência no consumo de biomassa, contribuindo para o meio ambiente. É, sem dúvidas, uma obra que será modelo no estado do Tocantins”, explica Diógenes Julio Huzar Novakowiski, gerente de Grãos da Castrolanda.

Além de toda a parte de armazenagem, o investimento de mais de R$ 100 milhões contempla ainda um escritório administrativo, barracão de insumos, barracão de sementes e uma área voltada à pesquisa aplicada da Fundação ABC. Estima-se que durante o período das obras, o projeto irá gerar cerca de 500 empregos indiretos e 20 diretos, o que ajudará a movimentar a economia da região.

Pesquisa como aliada

A construção do entreposto terá a pesquisa como principal aliada, isso porque a Fundação ABC instalou, no final de 2024, o seu primeiro ensaio de pesquisa na área de atuação da Castrolanda, região norte do Tocantins. O experimento é uma competição de genótipos de soja com 30 cultivares semeadas na lavoura da Fazenda Tropical, município de Arapoema, pertencente ao produtor e cooperado da Castrolanda Igor van den Broek.

O ensaio de pesquisa representa um importante marco para a Castrolanda, além de representar o pioneirismo para a região que ainda não conta com um centro de pesquisa. “Para os produtores e futuros cooperados essa é uma informação que não tem preço. O ensaio é, sem dúvidas, muito importante para que a equipe técnica possa direcionar ao produtor qual a melhor cultivar para cada situação de acordo com a região e a fertilidade do solo”, disse o supervisor técnico da Castrolanda, Herbet Krupnishi de Lima.

Mitigar riscos desde o início, utilizando cultivares adaptadas às condições de solo e clima locais, é fundamental para garantir a rentabilidade do produtor, segundo pesquisador Helio Antonio Wood Joris, coordenador de Fitotecnia e Sistemas de Produção da Fundação ABC.

“Com esse ensaio, aliado aos dados acumulados desde 2016 em Tocantins, estamos entregando algo muito importante: a oportunidade de iniciar a produção agrícola com uma base sólida de informações, reduzindo incertezas e ampliando as chances de sucesso. Assim, os dados gerados terão impacto imediato e a longo prazo, ajudando tanto os produtores que já estão desbravando a região quanto aqueles que virão a cultivar novas áreas no futuro”, reforça. 

Desbravando uma nova fronteira

O projeto de expansão da Castrolanda será instalado na região do Matopiba. O nome é um acrônimo formado pelas siglas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e é considerado pelos especialistas como ‘a nova fronteira agrícola brasileira’.

A área do entreposto está localizada às margens da rodovia BR-153 e a pouco mais de 12 km do centro de Colinas, em uma localização estratégica para receber a safra dos produtores e escoá-la até as regiões portuárias.

As escolhas pela instalação da unidade no Tocantins – e pela região de Colinas – se deram por motivos estratégicos e após um longo estudo de viabilidade. O município de Colinas do Tocantins é o sexto município mais populoso do estado e apresenta um enorme potencial de desenvolvimento agrícola.

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