Carta de Goiânia sugere que indústria agregue valor ao produto e invista em tecnologia e inovação

14.04.2015 | 20:59 (UTC -3)

Durante o 3º Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos, promovido pelo LIDE, LIDE Agronegócios e LIDE Goiás em Goiânia/GO, sexta feira última (dia 10), foram abordados diversificados temas inerentes à produção, embalagem, logística, comercialização, exportação e legislação dos produtos alimentícios brasileiros, com a participação de renomados representantes de entidades, da indústria e do governo federal e estadual, empresários e técnicos ligados aos setores alimentar e da agroindústria.

Dos temas apresentados e debatidos, resultou a Carta de Goiânia, que destaca a necessidade da indústria em agregar valor aos seus produtos e antecipar tendências dos consumidores. O documento sugere, ainda, que o setor invista mais em tecnologia e inovação, além de comunicação, como forma de esclarecimento, para enfrentar as fortes críticas que os alimentos processados vêm recebendo de diversas entidades e ONGs, contrárias à produção e comercialização desse tipo de produtos.

Elaborada pelo presidente do LIDE Agronegócios, o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Roberto Rodrigues, a Carta de Goiânia recomenda as seguintes ações à indústria brasileira de alimentos:

O Brasil já é mundialmente reconhecido como um grande produtor de matérias-primas originadas por uma competente e competitiva agropecuária que se baseia em tecnologia tropical sustentável.

Também a indústria nacional de alimentos vem se desenvolvendo com foco em qualidade, assumindo posição crescente na formação do PIB e da balança comercial do País.

E é essencial que esta indústria siga agregando valor aos nossos produtos primários porque este é o caminho mais curto para aumentar a renda dos produtores de todas as cadeias produtivas, gerando empregos aos cidadãos e riqueza para a nação.

Reunidos em Goiânia no dia 10 de abril de 2015 sob a coordenação do LIDE, produtores, líderes do setor, acadêmicos, políticos e formadores de opinião se debruçaram sobre os temas que devem ser atacados com vigor para que o Brasil dê um novo salto na direção de uma indústria moderna e eficiente de alimentos, e indicaram a direção para tal avanço, que incorpora as seguintes propostas:

1 - Precisamos investir vigorosamente em Ciência e Tecnologia no setor, trazendo inovação tecnológica que gere produtos alimentícios industrializados saudáveis, seguros, sustentáveis e que atendam a padrões de sabor compatíveis com o desejo de consumidores brasileiros e de todo o mundo. A indústria precisa antecipar tendências, inclusive considerando as mudanças no perfil dos consumidores. Aqui se insere a necessidade de formar recursos humanos treinados e capacitados para a geração e incorporação dessas tecnologias.

2 - Políticas de estímulo à industrialização de alimentos são essenciais, desde mecanismos de crédito adequados até acordos comerciais que reduzam a escalada tarifária inibidora do acesso a mercados dos produtos processados, sobretudo nos países desenvolvidos. O sistema regulatório interno deve seguir os modelos internacionais, estimulando as boas práticas produtivas, inclusive embalagens. O tema tributário ganha grande relevo, uma vez que atualmente há tributos que inibem a exportação de produtos industrializados, estimulando apenas a de matérias primas.

3 - Desenvolver mecanismos de comunicação que mostrem aos consumidores de alimentos processados a qualidade dos mesmos. Infelizmente, existem interesses contrários ao avanço da indústria de alimentos no Brasil, o que leva a informações distorcidas e/ou falsas sobre efeitos de alimentos na saúde pública. Não é preciso inventar nada, mas apenas mostrar a verdade de forma profissional e persistente.

4 - As ações acima referidas exigem uma ampla articulação entre todos os agentes responsáveis pelo setor alimentar, desde a produção agropecuária até a gôndola do supermercado. Trata-se de uma ação típica de Estado, em que governo, parlamento, academia, produtores, consumidores, comunicadores se somem na direção de instrumentos de desenvolvimento do País.

5 - Segurança Alimentar e Nutricional é o fundamento da paz universal e o Brasil tem um papel primordial nesse tema de interesse geral. Desenvolver uma indústria de alimentos respeitada é responsabilidade dos governos, do setor privado e de todos os cidadãos brasileiros.

Goiânia, 10 de abril de 2015.

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