Capacitação de técnicos discute comercialização de frutas em Mato Grosso

28.11.2011 | 21:59 (UTC -3)
Gabriel Faria

O segundo módulo da Capacitação Continuada de Técnicos da Cadeia Produtiva da Fruticultura em Mato Grosso abordou, entre outras questões, o mercado de frutas no estado. O curso, promovido pelo Grupo Gestor da Fruticultura, foi realizado na última quinta e sexta-feira em Sinop e em Terra Nova do Norte e contou com a participação de 30 agentes da assistência técnica e extensão rural de todas as regiões matogrossenses.

No primeiro dia da capacitação, cinco palestrantes abordaram aspectos da comercialização de frutas in natura, semi-processadas e para a merenda escolar. Representantes de três indústrias processadoras de frutas falaram sobre suas produções. Em comum entre eles a ociosidade em suas linhas de produção devido à pequena oferta de matéria prima no estado.

“Nós temos um grande problema de oferta. A capacidade da indústria é de 10 mil kg/hora e ela está praticamente parada. A maior parte do tempo ela se encontra parada porque nós temos algumas frutas que se concentram em alguns períodos do ano. Precisamos de mais frutas. A indústria trabalha de maneira ociosa”, lamenta Márcio Semprebom, técnico da Coopernova.

E o potencial da cadeia da fruticultura não se restringe a atender a indústria. De acordo com o professor da Unemat de Tangará da Serra, Willian Krauze, 75% das frutas consumidas em Mato Grosso são provenientes de outros estados.

“Temos uma população que não é atendida pela produção local. Isto faz com que aqui mesmo em nosso estado a gente tenha um público a ser atendido. E ainda tem a possibilidade de mandar a nossa fruta para outros estados consumidores. Sem dúvida o cenário para a fruticultura é favorável”, analisa o professor.

O agrônomo Carlos Távora, da Tropical Frutas, ainda alertou para a potencialidade da fruticultura como fonte de renda para pequenos agricultores. Porém, destaca a necessidade de se ter uma assistência técnica qualificada e efetiva.

“É imprescindível e necessário que haja assistência técnica. A maioria dos produtores que trabalham com fruticultura são originários de áreas de assentamento. Então precisam de muito apoio para que haja um maior desenvolvimento da cadeia. Não tem condições realmente de obter sucesso dentro da cadeia produtiva da fruticultura sem a assistência técnica”, alerta.

Para o técnico da Secretaria de Agricultura de Nova Mutum, Renato Rodrigues de Almeida da Costa, falta conhecimento para poder repassar ao produtor.

“A gente esbarra muito na falta de informações e em informações incorretas. E quando a gente vê, o produtor já implantou as fruteiras. E depois que implantou de forma incorreta é só prejuízo. O resultado é consequência do que foi feito no início”, afirma o técnico participante da capacitação.

E é justamente a qualificação dos agentes de assistência técnica e de extensão rural o objetivo deste processo de capacitação continuada. De acordo com analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agrossilvipastoril e coordenadora da capacitação, a ideia é que este mesmo grupo de técnicos participe de diversos módulos do curso, de modo a ser capacitado continuamente. Os temas dos encontros, explica, serão definidos de acordo com as demandas apresentadas pelos técnicos.

Em todos os módulos da Capacitação Continuada de Técnicos da Cadeia Produtiva da Fruticultura, são realizadas atividades práticas. Desta vez, os participantes puderam acompanhar e realizar o plantio de mudas de maracujá na área experimental da Coopernova, em Terra Nova do Norte. A atividade foi acompanhada de explicações sobre o preparo da área, montagem da espaldeira, irrigação, polinização manual e plantio correto.

Durante a visita técnica, os participantes ainda puderam tirar suas dúvidas sobre a cultura, bem como sobre o comportamento das diferentes cultivares de maracujá.

A capacitação continuada de técnicos da assistência técnica é uma metodologia de trabalho da Embrapa visando à transferência de tecnologias e conhecimentos gerados na empresa e por parceiros de modo a fortalecer a extensão rural em Mato Grosso. Para isso, foram formados grupos gestores em cadeias produtivas relevantes para o estado, como a do leite, da fruticultura, da olericultura, dos sistemas agroflorestais e da mandiocultura.

Além da Embrapa, o Grupo Gestor Capacitação Continuada da Fruticultura é composto pela Empresa Matogrossese de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Secretaria Federal de Agricultura de Mato Grosso, Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB-MT), Instituto Federal de Mato Grosso, Unemat e Secitec.

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