Canola ganha força no RS com apoio da 3tentos

Companhia oferece a semente e faz barter para a safra de inverno de 2026

16.01.2025 | 14:21 (UTC -3)
3tentos

A fim de ocupar um espaço de cultivo e oferecer mais uma opção econômica para o agricultor, a 3tentos decidiu incorporar a canola ao seu ecossistema no Rio Grande do Sul a partir da safra de inverno de 2026. A companhia já está oferecendo a semente e fazendo o barter. A canola será utilizada para a produção do biodiesel na fábrica de Ijuí, em um volume correspondente a três meses de fabricação do combustível. 

De acordo com o COO da 3tentos, João Marcelo Dumoncel (na foto acima), a demanda garantida pela indústria vai dar o impulso que faltava para o desenvolvimento da canola no estado. “Vamos trazer informações para o agricultor de uma cultura ainda pouco difundida. Não é um movimento isolado, mas um mercado que está se movimentando e que terá a 3tentos se colocando na liderança”, comentou. 

Para isso, a 3tentos realizou pesquisas na Austrália, onde a canola é bastante desenvolvida, por meio de sua academia que conta com uma equipe de 168 agrônomos. 

O objetivo é introduzir a canola como uma cultura de rotação de inverno, que não vai ocupar o lugar do trigo, mas irá se alternar a ele a cada duas safras. 

“Não vamos reduzir o trigo, indicamos a canola como uma rotação. O trigo em dois invernos seguidos é positivo, mas no terceiro já começa a ser afetado. A área em que ele foi plantado começa a perder produtividade e aumenta a sensibilidade a doenças no terceiro e no quarto ano”, explicou Dumoncel. 

Hoje, o Rio Grande do Sul conta com quase 7 milhões de hectares de soja plantados e cerca de 1,3 milhão de trigo, segundo o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) relativo à safra de 2024. Já a canola ocupa apenas 140 mil hectares. 

“O estado tem uma área descoberta que não está tendo uma atividade econômica importante o ano todo. Estamos incentivando o produtor a ocupar este espaço sem diminuir o trigo, mas acrescentando a canola como uma cultura de inverno”, complementou o executivo. 

De acordo com as pesquisas da 3tentos, a canola proporciona 43% de óleo na extração, contra cerca de 20% em média da soja, e oferece o mesmo rendimento no combustível. “A canola vai trazer mais economia e desenvolvimento, além de ter uma pegada de carbono menor”, afirmou Dumoncel. 

Para a produção do biodiesel, a companhia fará uma adaptação na indústria de Ijuí/RS, que não requer grandes investimentos. O processo pode ser feito em 24 horas, apenas para limpar a linha de produção e irá suprir a indústria, na primeira fase, por três meses. 

A canola é uma cultura resultante do melhoramento genético realizado por melhoristas canadenses, a partir da hibridação de duas espécies de colza. A denominação canola é a abreviação de CANadian Oil Low Acid. 

Segundo estudo da Embrapa, o cultivo da canola constitui uma alternativa econômica para os produtores, que podem se beneficiar da mesma estrutura de máquinas e equipamentos disponíveis nas propriedades, com algumas adaptações e acréscimos por meio do uso de kits. Além disso, apresenta baixo custeio com defensivos agrícolas, comparativamente às demais espécies empregadas na produção de grãos. 

Também é excelente alternativa para a diversificação de culturas e na rotação com milho, soja, trigo e feijão. Seus restos culturais podem favorecer o aumento do rendimento e da qualidade desses grãos em cultivos posteriores. 

A canola destaca-se, ainda, pela qualidade do óleo para consumo humano, por apresentar ômega 3 e vitamina E em teores maiores do que outros óleos similares, além de bom teor de gorduras monoinsaturadas e baixo teor de gordura saturada. Também tem as características adequadas para a produção de biodiesel e seu farelo tem alto teor de proteína para a ração animal.

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura