Câmara setorial pretende impulsionar a cadeia do cacau no Pará

Pará está se consagrando como o principal polo produtor do país, mas tem muitos desafios ainda para alcançar a excelência da qual é capaz

21.10.2021 | 20:59 (UTC -3)
Embrapa

O Pará é o maior produtor de cacau do Brasil e deve colher em 2021 mais de 144 mil toneladas de amêndoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que corresponde a mais de 50% de toda produção nacional, de cerca de 270 mil toneladas. A produtividade média do estado também é uma das mais altas do país, com 900 quilos por hectare e um dos grandes desafios da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Cacau do Estado do Pará é dobrar essa produtividade nos próximos anos.

É que o afirma a presidente da câmara, Maria Goreti da Fonseca Gomes, grupo que reúne instituições públicas das esferas estadual e federal, além da iniciativa privada, cooperativas e produtores e demais atores que integram o setor para unir esforços e fortalecer a cacauicultura paraense. A primeira reunião técnica ocorreu no dia 19 de outubro, na sede da Federação Federação de Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa).

Ainda de acordo com Maria Goreti, o Pará está se consagrando como o principal polo produtor do país, mas tem muitos desafios ainda para alcançar a excelência da qual é capaz, entre eles, a assistência técnica e a regularização fundiária. “Temos uma das maiores produtividades e um cacau diferenciado que tem ganhado cada vez mais a atenção e preferência mundial, mas precisamos superar alguns gargalos e só conseguiremos isso trabalhando juntos”, enfatiza.

Produção do cacau é aliada da preservação ambiental

A Embrapa Amazônia Oriental foi homologada pelo secretário de estado de desenvolvimento agropecuário e da pesca, Giovanni Correa Queiroz para compor a plenária da câmara. Na ocasião, foram indicados como titular e suplente, respectivamente, o chefe-geral da instituição, Walkymário Lemos e o pesquisador Rafael Moyses Alves, presidente do Portfólio de Cacau da Embrapa.

Presente a reunião, Walkymário Lemos reiterou a importância da Embrapa em compor essa iniciativa. “O cacau na Amazônia é uma cultura com selo de sustentabilidade pois esta ligado à restauração produtiva da floresta, com potencial de crescimento de área, produtividade e desenvolvimento da região”, afirma o gestor. De acordo com Lemos, não se pode separar a carência da assistência técnica, citada como um dos grandes gargalos do setor, à ação da pesquisa e afirmou que uma honra para o centro de pesquisa pode atuar irmanamente junto a Ceplac, que é a referência nacional para a cultura.

O gestor lembrou que desde o final do ano passado, Embrapa e Ceplac assinaram acordo de cooperação técnica para implantação de uma Unidade Mista de Pesquisa e Inovação (Umipi),  justamente para fortalecer as ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em prol da cadeia produtiva de cacau no Brasil e que entre as ações dessa parceria nasceu o portfólio do cacau na Embrapa que é presidido pelo centro de pesquisa do Pará.

Walkymário Lemos acredita que essa parceria, não apenas da Umipi, mas no campo local, com a câmara setorial, vai enriquecer a cadeia. “A Embrapa é uma das referências em Sistemas Agroflorestais e a produção de cacau dentro desse sistema integrado é um diferencial da amêndoa produzida no Pará no mercado nacional e internacional e juntos seremos mais fortes e competitivos”, enfatiza o gestor.

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