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A cidade de Capão Bonito (SP) recebeu na tarde de 18 de fevereiro a primeira reunião da Câmara Setorial de Trigo do Estado de São Paulo de 2020. O evento contou com a participação de representantes de diversos elos da cadeia produtiva do grão, para debater as estimativas do setor para a safra deste ano.
Durante a reunião foi apresentado o reporte das principais cooperativas do estado, que projetou um volume de 300 mil toneladas de trigo para a safra paulista deste ano. Essa projeção vem ao encontro do atual cenário do grão no país, tendo em vista que os estoques estão praticamente zerados e os últimos lotes foram vendidos a preços muito interessantes ao produtor.
Outro ponto de destaque foi a melhora contínua da qualidade do material produzido em São Paulo. “Registramos um aumento muito relevante quanto à qualidade do grão paulista nos últimos anos. Podemos prever que este movimento continuará sendo destaque, tendo em vista a entrada de novas variedades com bons potenciais”, pontua Nelson Montagna, antigo presidente da Câmara.
Ainda foram debatidos temas como a reativação de pesquisas realizadas pelos institutos públicos, aspecto que pode contribuir para o aumento da produção do trigo paulista, e também a solicitação de ajustes nas subvenções de seguro aos produtores e melhor adequação das janelas de plantio no estado, que estão inadequadas para a nova realidade e que necessitam de mudanças.
Na ocasião, Zak Joseph Battat, da COFCO, apresentou a conjuntura mercadológica do trigo. Entre os assuntos debatidos estavam liberação de cota de importação e a rentabilidade.
Christian Saigh, vice-presidente do Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo), também participou da reunião e avaliou a situação do atual cenário. “O mercado de trigo de São Paulo é muito interessante, pois 85% da safra passa nas mãos das principais cooperativas do estado, que plantam e comercializam. É um mercado regional que vai muito bem”, afirma.
O cultivo e a comercialização de triticale dentro do Estado de São Paulo também foi tema da reunião. “De acordo com o reporte das cooperativas, a entrada do grão no mercado ainda é lenta. Como ficamos muito tempo sem plantar, as sementes ainda não estão atualizadas geneticamente, então a expectativa para uma boa safra é apenas em 2021”, avalia Nelson Montagna.
O triticale é considerado uma espécie muito tolerante à estiagem, com boa resistência a solos ácidos, pobres e arenosos, além de ser uma cultura tolerante a temperaturas mais baixas. No setor moageiro, o grão pode ser utilizado para a elaboração de farinhas direcionadas para a produção de alguns tipos de biscoitos.
Com o novo decreto, os 18% de ICMS não serão cobrados do produtor ao longo da cadeia de processamento. Só haverá tributação o produto final processado, que utilizar triticale na sua composição.
À frente dos trabalhos realizados pela Câmara Setorial no ano passado, Nelson Montagna deixa o posto de presidente. “Foi um período de muito trabalho. Conseguimos grandes avanços e continuaremos trabalhando por mais melhorias”, destaca.
Em 2020, o gerente de suprimentos do Moinho Paulista, Victor Oliveira, assume a presidência e se mostra otimista para o seu mandato, mostrando que dará continuidade ao trabalho feito por Nelson. “Já faço parte da Câmara como representante de moinho de trigo há cinco anos. Vi a evolução no manejo das cultivares e na segregação do trigo. Esse trabalho de juntar os elos da cadeia entre produtor, moinho e consumidor final faz toda a diferença”, afirma.
A vice-presidência de 2020 da Câmara foi preenchida por Luiz Carlos Mariotto, da Cooperativa Agrícola de Capão Bonito (CACB).
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