Café brasileiro registra números históricos em exportação e pode voltar a aumentar nos mercados

Embora o país seja o maior exportador do mundo, pode sofrer "crise" por altos valores

16.09.2022 | 13:58 (UTC -3)
Fábio Bouças
Embora o país seja o maior exportador do mundo, pode sofrer "crise" por altos valores. - Foto: CNA
Embora o país seja o maior exportador do mundo, pode sofrer "crise" por altos valores. - Foto: CNA

De acordo com dados apresentados pelo CECAFÉ (Conselhos dos Exportadores de Café do Brasil), o produto registrou um recorde histórico entre o período de janeiro a agosto de 2022. De acordo com a pesquisa, o valor acumulado foi de US$ 5,904 bilhões, representando o total 61,4% de crescimento em comparação aos dados dos primeiros 8 meses de 2021, com total registrado de US$ 3,659 bilhões.

O diretor do conselho dos exportadores de café no Brasil, afirmou que apesar de grandes dificuldades logísticas, o setor conseguiu obter resultados satisfatórios. “Mesmo diante de mais de dois anos convivendo com todos os gargalos logísticos conhecidos, eles (exportadores) seguem executando um trabalho exemplar, permitindo que o Brasil honre seus compromissos internacionais e mantenha sua participação de mercado.”

Porém, os benefícios da exportação geram preocupação dos consumidores brasileiros, pois há a possibilidade de uma escassez interna do café, em seu próprio país de origem. Isso pode gerar um aumento do valor de comercialização do produto no Brasil.

Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada no comércio exterior, a preocupação é significativa, mas depende da produção interna do setor cafeicultor.

“É claro que com um mercado externo aquecido nós teremos um aumento significativo do valor do produto, até mesmo para o mercado interno. Pois, o mercado internacional sempre atua sobre a lei da oferta e da demanda. Mas ao mesmo tempo, a escassez do produto, ou não, dependerá da produção do mercado interno”, afirma o Executivo.

Os valores do café nos mercados brasileiros já apresentam uma tendência de alta, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, aponta um aumento de 46,34% do valor do café moído nos mercados do Brasil. Enquanto isso, alternativas como o café solúvel apresentam um valor mais elevado que o moído em comparação à quantidade.

“Temos uma situação de significativa alta por inúmeros fatores, tal como o próprio aumento do preço dos combustíveis e a demanda internacional. Porém, acredito que teremos mudanças significativas já no próximo ano”, afirma Pizzamiglio.

Em Santa Catarina, a empresa “Pingo Preto” (Grupo Jurerê) visando criar uma “alternativa” viável para os consumidores da bebida em meio a uma possível crise, lançou o “pó para preparo de bebida: sabor café''. Em tese o produto apresenta cheiro, cor e até embalagem iguais, contendo o grão torrado e moído, porém misturado com polpa aromatizante.

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