Brasil e França farão pesquisas agrícolas conjuntas em nove áreas

Documento assinado ressalta interesse especial em trabalhos com bioinsumos, agricultura de baixo carbono, agricultura digital, gestão hídrica agrícola e gestão sustentável de florestas tropicais

20.05.2024 | 17:20 (UTC -3)
Fabio Reynol
Foto: Thiago Sousa
Foto: Thiago Sousa

Pesquisadores brasileiros e franceses poderão participar de trabalhos conjuntos em nove áreas específicas. Um memorando de entendimento, assinado pela presidente da Embrapa, Sílvia Massruhá, e pelo presidente do Instituto Nacional de Pesquisa para Agricultura, Alimentação e Ambiente, da França (Inrae), Philipe Mouguin, estabelece pautas de interesse para trabalhos conjuntos de cooperação científica.

O documento ressalta interesse especial em trabalhos com bioinsumos, agricultura de baixo carbono, agricultura digital, gestão hídrica agrícola e gestão sustentável de florestas tropicais e paisagens mistas. “A França tem um forte histórico de parceria com a Embrapa e o Inrae é um parceiro valioso. Temos muitos temas de interesse em comum, o que demonstra a afinidade entre as duas instituições”, declarou Massruhá.

O presidente do Inrae também relembrou do histórico do trabalho conjunto. “A Embrapa é um parceiro histórico do Inra, agora chamado Inrae, sendo este o primeiro acordo assinado sob a nova nomenclatura. A Embrapa tem um papel chave na pesquisa do Brasil e da América Latina e temos necessidade de mais trabalhos de pesquisa conjunta com vocês,” ressaltou Mauguin.

O memorando cita nove áreas de cooperação: a) recursos naturais e mudanças climáticas: adaptação e resiliência de sistemas de produção; b) novas ciências: biotecnologia, microbiomas, nanotecnologia e geotecnologia; c) biomassa e química verde; d) bioeconomia e bioprodutos; e) tecnologia agroindustrial; f) automação, agricultura de precisão e digital, inteligência artificial, tecnologia da informação e comunicação; g) sistemas de produção animal e vegetal; h) segurança alimentar, nutrição e saúde e i) mercados, políticas e desenvolvimento rural. Os temas podem ser ampliados de acordo com o interesse de ambas as partes.

A partir da assinatura, pesquisadores das duas instituições podem estabelecer projetos de cooperação técnica (PCT) ou científica (PCC), nas áreas estabelecidas, facilitando a atuação conjunta. Com duração prevista de dez anos, renovável por igual período, o memorando facilita o relacionamento entre a Embrapa e Inrae ao estabelecer diretrizes e dar oficialização jurídica.

Também participaram da cerimônia de assinatura o vice-presidente do Inrae, Jean-Francois Soussana, e o coordenador do Labex Europa, Vinícius Guimarães. O responsável pelo Labex Europa explica que o Inrae é uma instituição homóloga à Embrapa na França. Guimarães acredita que a formalização dessa parceria irá criar novas oportunidades de cooperação entre as instituições.

Embrapa adere ao consórcio mundial Soil Carbon

Ainda em maio, a Embrapa assinou uma carta de interesse de participação no Consórcio de Pesquisa Internacional Soil Carbon, iniciativa no âmbito do programa Horizonte Europa, da União Europeia, que busca apoiar pesquisas voltadas a aumentar o estoque de carbono no solo. A iniciativa está alinhada ao Acordo de Paris e aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Ao aderir ao Soil Carbon, a instituição concorda em utilizar bases de dados abertas, disponibilizar acesso a resultados relevantes obtidos no âmbito da iniciativa e a promover condições de trabalhos interdisciplinares de pesquisa e inovação. "Participar de um consórcio como esse é uma ação estratégica da Embrapa. Isso permite que o Brasil atue nos mais renomados grupos de pesquisa sobre o tema e tenha voz nas discussões internacionais a respeito," ressaltou Vinícius Pereira Guimarães, coordenador do Embrapa Labex Europa, escritório da Embrapa em território europeu.

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