Cientistas brasileiros e estrangeiros vão se reunir em Bonito/MS no 3º Simpósio de forrageiras
O Brasil deve fechar o ano como o maior mercado consumidor de biodiesel combustível, com uma demanda em torno dos 2,8 bilhões de litros. O segundo lugar será da Alemanha, com 2,6 bilhões.
A estimativa foi feita nesta quarta-feira (26) de manhã pelo presidente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (APROBIO), Erasmo Battistella, ao falar na Conferência Internacional do Biodiesel 2011, em São Paulo.
Os dois países disputam mês a mês a liderança no consumo do combustível renovável. Até a metade de 2011 os dois registraram 1,2 bi milhão de litros. A retração da atividade econômica em toda a Europa levou a Alemanha a reduzir o consumo em 200 milhões de litros no período.
Quanto à produção, a brasileira deve superar os 2,6 bilhões de litros em dezembro, de acordo com projeções da APROBIO. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) registrou, até setembro, um crescimento de 9% sobre o mesmo período de 2010, com 1,7 bilhão de litros. No ano passado, a produção nacional economizou US$ 1,4 bilhão nas importações de diesel mineral.
Mais do que contribuir para reduzir o déficit na balança comercial, a APROBIO defende a adoção de um marco regulatório que defina regras claras para toda a cadeia produtiva nos próximos anos, de forma a estruturar o mercado do combustível no país.
“Defendemos o aumento da mistura do biodiesel de maneira gradativa – disse Battistella –, e contamos com a iniciativa do governo para definir quando e como isso se dará, para que toda a cadeia produtiva se prepare”.
Dados do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), do Ministério das Minas e Energia e Recursos Renováveis, indicam que são utilizados apenas 47% da capacidade instalada do parque industrial brasileiro. O presidente da APROBIO afirmou que com capacidade para produzir mais de 6 bilhões de litros, o setor pretende também ganhar o mercado externo.
“Além disso”, disse ele, “queremos continuar investindo em tecnologia e inovação, mas sempre inserindo as famílias de pequenos agricultores no Programa (o PNPB). A produção de biodiesel gera hoje 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos, e pode chegar a 4,7 milhões em 2020.
Hoje há 103 mil famílias de pequenos agricultores fornecendo matriz energética para a indústria e, até aquele ano (2020), poderão ser mais de 500 mil famílias. “Tudo dependerá de o mercado amadurecer e evoluir, o que naturalmente resultará na sua consolidação”, concluiu Battistella.
O Brasil mistura hoje 5% de biodiesel no diesel mineral fóssil. Na Argentina, este índice é de 10%, com previsão de chegar a 20% em 2020, como na Europa. O setor produtor brasileiro luta para chegar a 10% em 2014 e 20% em 2020, mas não há previsão legal para tanto.
Menos mortes - Na cidade de São Paulo, a prefeitura sancionou lei prevendo a mistura dois anos antes, em 2018. Tramita na Câmara dos Deputados em Brasília projeto de lei propondo estender a medida a todo o território nacional.
Estudo da Fundação Getúlio Vargas indica que o biodiesel combustível emite 57% menos gases poluentes que o diesel fóssil, o que contribui para diminuir o número de internações hospitalares por doenças respiratórias e o índice de mortalidade pelo mesmo motivo.
Segundo o levantamento, são evitados por ano, com 5% da mistura no combustível, cerca de 13 mil internações e 1,8 mil mortes. Com a mistura a 10% podem ser evitadas cerca de 34,5 mil internações e 4,9 mil mortes. Com 20%, o quadro seria de menos 77,6 mil internações e 11 mil mortes.
O país tem hoje 63 indústrias de biodiesel. De 2005 a 2010 o setor investiu R$ 4 bilhões em tecnologia e capacitação. No período foram gerados 1,3 milhões de empregos em toda a cadeia produtiva, desde a lavoura até o posto de abastecimento.
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