Biocombustível aumenta ICMS, diz Mainardi na Abertura Nacional da Safra da Canola

05.10.2011 | 20:59 (UTC -3)
Cleuza Noal Brutti

Reunidos na terça-feira (4), em Colorado, durante a Abertura Nacional da Safra da Canola, representantes dos governos estadual e federal reiteraram a importância para o país da produção de biocombustível, extraído a partir de plantas como a canola. “A agenda de biocombustíveis é definitiva para o Brasil e o mundo”, disse o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto. “O governo vê na canola um potencial enorme não apenas pela lógica econômica, mas, sobretudo, pela lógica social”, disse o coordenador geral substituto de Agroenergia da Secretaria de Produção e Agroenergia, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João da Silva Abreu Neto.

O secretário de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, também defendeu a produção de biocombustível no Estado, pois considera essa estratégia mais uma possibilidade de o Estado elevar sua arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “Melhor do que exportar soja e canola é agregar valor”, disse Mainardi. Segundo o secretário, a produção gaúcha de biocombustível já estaria agregando ao ICMS de R$ 120 a R$130 milhões. “O Estado precisa desses recursos para cumprir seus compromissos com segurança pública e saúde”, exemplificou Mainardi.

O diretor administrativo da Emater/RS-Ascar, Valdir Zonin, enumerou outros quatro motivos para se investir na oleaginosa. “Na rotação de cultura, a canola melhora a produção das culturas sucessoras, como a do milho, favorece a apicultura, gera renda ao agricultor familiar e reduz a poluição através do biocombustível”, afirmou Zonin.

A atenção dada pelo governo à cultura da canola, através de políticas públicas, segundo o diretor-presidente da BS Bios, Erasmo Carlos Battistella, é decisiva, especialmente quando surgem problemas, a exemplo do que ocorreu nesta safra. “Choveu 378 mm a mais no período de maio a agosto. Além disso, tivemos 42h a menos de sol”, disse o pesquisador da Embrapa Trigo, Gilberto Tomm. Por esta razão, muitas lavouras foram prejudicadas pela bactéria Xantonomas campestris vesicatória. “Essa bactéria não afeta a saúde das pessoas, ela afeta o rendimento do produtor”, explicou Tomm. Contudo, o pesquisador da Embrapa destacou o baixo custo de implantação da lavoura da canola em relação a outras culturas. “A canola é uma planta rústica, de baixo investimento, uma das melhores opções de inverno”, afirmou Tomm.

Em função da bactéria, algumas lavouras de Colorado terão uma pequena redução de produtividade. Segundo a Emater/RS-Ascar, nos lugares mais afetados, os produtores deverão colher entre 15 a 20 sacas por hectare. Nas lavouras que não foram muito prejudicadas, o rendimento deverá se manter dentro do esperado, entre 22 a 30 sacas por hectare.

A Abertura Nacional da Safra da Canola foi promovida pela ABrasCanola, Emater/RS-Ascar, BSBIOS, Cotrijal, Embrapa-Trigo, Produfort, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Colorado e Sindicato Rural de Colorado. E, contou com o apoio da prefeitura, Câmara de Vereadores de Colorado, Universidade de Passo Fundo (UPF), Banrisul, Banco do Brasil, Sicredi e Associação Comercial e Industrial de Colorado.

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