Benefícios globais das agroflorestas é abordado em simpósio

25.11.2011 | 21:59 (UTC -3)
Vinicius Soares Braga

Imagine todo o carbono que o mundo lançou para a atmosfera durante a década de 1980. A cifra é elevada, mas a Amazônia retém nas suas matas e solos quase 25 vezes essa quantidade de carbono. Se perdesse toda sua cobertura vegetal, a maior floresta tropical do mundo lançaria o equivalente a 250 anos de emissões de carbono naquele ritmo dos anos 80.

A estimativa é do engenheiro florestal Henrique Nascimento e revela a dimensão da importância das florestas nas estratégias globais de mitigação das mudanças climáticas. O carbono, associado a outros elementos químicos, forma os gases responsáveis pelo efeito estufa emitidos a partir da queima dos combustíveis e dos desmatamentos. Nascimento atua no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e participou do simpósio sobre o tema no VIII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais (CBSAF), que aconteceu durante esta semana em Belém.

Ele também apresentou dados segundo os quais 56% das emissões de carbono do Brasil são causadas pelos desmatamentos. Esse montante, no entanto, representa apenas 1% do produto interno bruto do país. “Portanto a geração de riqueza relacionada a essa atividade é inexpressiva. O país deve reduzir o desmatamento e receber créditos por isso, pois alguém deve pagar pelos serviços ambientais que as florestas prestam”, avaliou.

Além de reduzir o desmatamento, a implantação de sistemas agroflorestais pode gerar créditos de carbono. Essa experiência foi apresentada no simpósio pelo engenheiro florestal Eduardo Rizzo, do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam). Por meio do programa Carbono Neutro, a instituição calcula a emissão de gases de efeito estufa dos clientes interessados. “Esse montante é então compensado pela implantação de sistemas agroflorestais em áreas degradadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã (RDS do Uatumã), localizada na região nordeste do Estado do Amazonas”, explicou o palestrante.

O VIII CBSAF foi promovido pela Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais (SBSAF) e realizado por um conjunto de instituições, entre elas Embrapa Amazônia Oriental, Centro Mundial Agroflorestal (ICRAF), Comitê Executivo do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e Universidade Federal do Pará (UFPA).

Divulgação

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