Nuvem de gafanhotos diminui após aplicações aéreas
Para o domingo estavam previstos tratamentos terrestres a 65 quilômetros de Curuzú Cuatiá, na Província de Corrientes, onde insetos estavam localizados
Além de ser uma opção para o manejo de estresses bióticos, como os nematoides, fungos e bactérias de solo, a enxertia pode também auxiliar a minimizar os efeitos negativos de estresses abióticos, como a seca, temperaturas extremas, salinidade e deficiência de nutrientes. Entretanto, a utilização da enxertia depende, em parte, do estabelecimento de métodos e equipamentos eficientes para a realização da enxertia (Figuras 1 e 2) e desenvolvimento de porta-enxertos vigorosos com resistência a patógenos de solo. Entre as hortaliças, a utilização de mudas enxertadas de tomateiro (Solanum lycopersicum L.) tem conquistado maior relevância a cada ano, embora ainda haja muitas dúvidas quanto as vantagens e desvantagens da sua utilização.
Apesar da grande variedade de espécies intimamente relacionadas com o tomateiro, que poderiam ser usadas como porta-enxertos, o tomateiro tem sido enxertado principalmente sobre híbridos de tomateiro ou híbridos interespecíficos. Tradicionalmente, a principal razão para a enxertia de tomate tem sido fornecer resistência contra patógenos de solo, como Fusarium spp., Verticillium spp., Ralstonia solanacearum e Meloidogyne spp (Tabela). Mais recentemente, porta-enxertos estão sendo usados para fornecer tolerância a estresses abióticos e induzir maior absorção de nutrientes e água. Entre os estresses abióticos, salienta-se que a salinidade tem recebido mais atenção devido ao uso intensivo de produção em ambiente protegido, fertirrigação e alta demanda de evaporação do tomateiro. De fato, diferentes porta-enxertos podem proporcionam tolerância a salinidade. Por exemplo, cultivares de tomateiro Fanny e Goldmar enxertados sobre o porta-enxerto 'AR-9704' apresentam melhor desenvolvimento sobre condições de elevada salinidade. Dessa forma, o uso de plantas enxertadas poderia permitir o reaproveitamento de substrato e redução da concentração da solução nutritiva.
A importância econômica e a grande área cultivada de tomate (no campo e ambiente protegido) estimularam o desenvolvimento de porta-enxertos melhorados. Esses porta-enxertos, normalmente híbridos interespecíficos (por exemplo, S. lycopersicum × S. habrochaites), podem induzir ganhos de produtividade mesmo sob condições adversas. Por exemplo, o tomateiro cv. Flórida 47 enxertado em porta-enxertos 'Beaufort' e 'Multifort', ambos híbridos interespecíficos, apresentaram aumento de frutos comercializáveis em até 41%. Da mesma forma, o tomate 'El Cid' enxertado sobre o porta-enxerto híbrido "Multifort" obteve um aumento de 12,9% na produção de frutos. Além disso, o uso de híbridos interespecíficos como o porta-enxerto pode melhorar a qualidade dos frutos, elevando a concentração de macro e micronutrientes, compostos fenólicos, acúmulo de vitamina C, licopeno e flavonoides em frutos de plantas enxertadas.
A enxertia, desde que bem compreendida, pode ser uma importante ferramenta de manejo da cultura do tomateiro, especialmente para pequenos tomaticultores que cultivam tomate em ambiente protegido. Contudo, em comparação com outros países, a enxertia ainda é uma técnica pouco utilizada pelos agricultores brasileiros. De fato, há necessidade de maior divulgação técnica sobre o assunto para capacitação dos produtores, o que permitiria o emprego adequado da enxertia, principalmente para culturas olerícolas.
Lucas Aparecido Gaion, Aline Dell Passo Reis e Daniele Gazoli Teixeira Machado, Centro de Ciências Agrárias, Universidade de Marília (Unimar)
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