Bayer deve lançar dois herbicidas nos próximos anos: icafolin e Convintro Duo

Durante evento em Sorriso, Mato Grosso, empresa também informou sobre colocação no mercado do inseticida Plenexos (espidoxamato) e do fungicida Fox Ultra (protioconazol, trifloxistrobine e impirfluxam)

01.02.2024 | 14:33 (UTC -3)
Revista Cultivar

Novos pesticidas da Bayer devem chegar ao mercado em breve. São dois herbicidas, um contendo a primeira molécula herbicida com mecanismo de ação novo lançada nos últimos 30 anos, o outro com alternativa para o manejo contra resistência; um inseticida e um fungicida. As informações foram transmitidas durante o "Clube da Inovação Soja", ocorrido hoje em Sorriso, em Mato Grosso.

Até 2026, a Bayer pretende comercializar o herbicida Convintro Duo. O pesticida contém dois princípios ativos: diflufenicam (diflufenican, CAS 83164-33-4, HRAC 12) e metribuzim (metribuzin, CAS 21087-64-9, HRAC 5). Destina-se à fase de pré-emergência da soja.

O outro herbicida a ser lançado tem por base o icafolin-methyl (icafolina-metil, CAS 2749998-21-6). Trata-se de molécula nova. O icafolin-methyl é eficaz contra diversas invasoras, como o capim-amargoso e o capim-pé-de-galinha. De modo geral, atua contra plantas mono e dicotiledôneas. O composto pertence à classe química isoxazolina carboxamida (isoxazoline-carboxamide) e atua através da inibição específica na planta da polimerização da tubulina.

Na documentação relativa a uma das patentes envolvendo o icafolin-methyl, a Bayer descreveu que a invenção refere-se "a 3-fenilisoxazolina-5-carboxamidas e -5-tioamidas substituídas de ésteres e ácidos tetra-hidro e dihidrofuranocarboxílicos, a processos para sua preparação e a seus usos como herbicidas".

No mesmo documento, consta que é "objetivo da presente invenção fornecer compostos que têm atividade herbicida que são altamente eficazes contra plantas prejudiciais economicamente importantes mesmo em taxas de aplicação relativamente baixas e podem ser usadas seletivamente em plantas de cultura, preferencialmente com boa atividade contra plantas prejudiciais, e ao mesmo tempo preferencialmente têm boa compatibilidade com plantas de cultura. Preferencialmente, esses compostos herbicidas devem ser particularmente eficazes e eficientes contra um amplo espectro de ervas daninhas e, preferencialmente, também devem ter boa atividade contra um amplo número de ervas".

Também foi pontuado que, quando esses compostos são aplicados na superfície do solo antes da germinação, "as mudas de vegetações daninhas são impedidas completamente de emergir ou as vegetações daninhas crescem até que tenham atingido o estágio de cotiledôneas, mas, em seguida, param de crescer".

Por outro lado, se aplicados após a emergência, nas partes verdes das plantas, "o crescimento para após o tratamento e as plantas nocivas permanecem no estágio de crescimento do momento da aplicação, ou morrem completamente após certo tempo, de modo que, dessa forma, a concorrência pelas ervas daninhas, que é prejudicial para as culturas, seja eliminada muito cedo e de forma contínua".

Em relação ao icafolin-methyl, a estratégia da Bayer deve ser utilizar o produto associado a outro princípio ativo. Tudo com objetivo de dificultar a eventual multiplicação de planta tolarantes. Num primeiro momento, a empresa deve ofertá-lo com indicação para dessecação pré-plantio.

Em evento em Sorriso, Bayer apresentou diversas novidades que estarão disponíveis nos próximos anos
Em evento em Sorriso, Bayer apresentou diversas novidades que estarão disponíveis nos próximos anos

Problemas com a resistência

O aumento da resistência de plantas daninhas a herbicidas tem se tornado um desafio crescente para a agricultura. Matheus Palhano (na foto), gerente de herbicidas da Bayer para a América Latina, destacou a urgência de encontrar soluções mais eficazes e sustentáveis.

Conforme informações da Bayer, no Brasil, cerca de 60% da área cultivada com soja enfrenta problemas com plantas daninhas resistentes a pelo menos um princípio ativo. Projeções indicam que, até 2030, a quantidade pode ultrapassar os 65%. A preocupação é que as plantas daninhas desenvolvam resistência a múltiplos princípios ativos. O projeto Simon, liderado pela Bayer há mais de uma década, envolve pesquisadores e especialistas na busca por soluções.

Para combater essa resistência, Palhano sugere uma mudança na abordagem de manejo. Propõe a adoção de um sistema de manejo integrado para todas as culturas plantadas ao longo do ano nas fazendas. Isso inclui iniciar o controle de plantas daninhas logo após a colheita do milho, preparando o terreno para a próxima cultura, como a soja. Essa estratégia visa reduzir a incidência de plantas daninhas e facilitar seu controle.

Inseticida espidoxamato (spidoxamat)

Outra molécula apresentada no evento foi o espidoxamato (spidoxamat, CAS 907187-07-9, IRAC 23). Sob a marca comercial Plenexos, o inseticida tem como alvo os sugadores em geral (pulgões, moscas-brancas etc.).

Conforme a Bayer, uma das vantagens do produto consiste em sua seletividade a inimigos naturais a polinizadores. O pesticida pode ter uso foliar, em solo e aéreo.

Em termos de mecanismo de ação (MOA), o espidoxamato consta no grupo dos inibidores da enzima acetil coenzima A carboxilase (ACCase)

A estimativa da Bayer é lançamento em 2026.

Fungicida Fox Ultra

Em 2025, a Bayer deve ofertar ao mercado o fungicida Fox Ultra. O produto terá como um dos alvos a podridão de grãos, popularmente conhecida como anomalia da soja. Também atuará contra doenças de final de ciclo em geral, ferrugem da soja e mancha-alvo.

Na composição do Fox Ultra haverá a combinação de três princípios ativos: protioconazol (propiconazole), trifloxistrobine (trifloxystrobin) e impirfluxam (inpyrfluxam).

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