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Eles só conheciam e plantavam três a quatro tipos de batata-doce, mas quando retornaram a Manaquiri, situada a 70 quilômetros de Manau, levaram na bagagem conhecimentos necessários para produzir muitas outras variedades da hortaliça. O aprendizado dos nove participantes, que incluiu produtores, consultores e técnicos, aconteceu na Embrapa Hortaliças, durante curso de produção de batata-doce ministrado pelo pesquisador João Bosco, na primeira quinzena de outubro.
Em Manaquiri, a batata-doce reina absoluta, numa área de 100 hectares, plantada por pequenos produtores. Numa região que vive basicamente da pesca e da agricultura, os pequenos produtores contam com a assistência do Sebrae-AM, que desenvolve projetos de apoio à agricultura, em parceria com o Instituto de Desenvolvimento da Amazônia (Idam) e a prefeitura local. As perdas do produto, provocadas, em sua maioria, pelas dificuldades de comercialização, foram as principais queixas ouvidas durante o curso. Dificuldades que, segundo as expectativas do pesquisador, serão vencidas com as orientações e as experiências repassadas pelos pesquisadores e produtores, parceiros da Unidade.
"Todo o assunto a respeito da cultura, e tudo o que envolve o processo de produção, incluindo a produção de mudas e a parte de pós-colheita, foi repassado para o grupo", informa o pesquisador. Na sua avaliação, o conteúdo programático foi recebido com muito interesse, com destaque para os itens relacionados à diversificação de culturas, e à tecnologia de produção da farinha de batata-doce, "importantes ferramentas para assegurar renda para os produtores".
Vale lembrar que a obtenção da farinha de batata-doce, fruto da parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos, é produzida com a batata-doce de polpa alaranjada, com alto teor de betacaroteno, o que representa um importante diferencial com relação a outras variedades. A farinha de batata-doce pode ser usada na produção de pães, bolos, macarrão e outras receitas. E resolve a questão da perecibilidade, comum a todas as hortaliças. "Com a produção da farinha, os produtores terão uma nova fonte de renda, além de reduzir problemas de armazenamento e de transporte", sustenta João Bosco.
NOVOS RUMOS - Para a presidente da Associação de Produtores da Comunidade da Ilha do Barroso, Aldemira Gomes, os conhecimentos adquiridos durante o curso vão ajudar, "e muito", a superar as dificuldades enfrentadas pelos produtores. "Estamos levando sementes de novas variedades e aprendemos muitas coisas importantes, como trabalhar com outras hortaliças para aumentar a nossa oferta e melhor comercializar", diz a presidente. Ela também acrescenta que levará a proposta da formação de comunidade-piloto para Manaquiri para plantar o material recebido da Embrapa Hortaliças.
A iniciativa pela realização do curso partiu de consultores do Sebrae-AM, que assistem os produtores de batata-doce na região. Após uma pesquisa bibliográfica sobre a hortaliça, chegaram a artigos do pesquisador responsável pela pesquisa com a batata-doce e à Embrapa Hortaliças.
"Cada centavo gasto valeu a pena. E saímos daqui com a certeza de que fizemos o melhor ao buscar a pesquisa para atender as nossas demandas", resume Wanderleia Teixeira, coordenadora do Sebrae-AM.
Anelise Macêdo
Embrapa Hortaliças
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