BASF e Embrapa lançam Cultivance

25.08.2015 | 20:59 (UTC -3)
Fabiana Treu

A BASF e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançaram oficialmente hoje (25/8), em Brasília, o Sistema de Produção Cultivance, que representa um marco para a ciência brasileira por conter a primeira soja geneticamente modificada totalmente desenvolvida no país. No fim do primeiro semestre deste ano a tecnologia foi aprovada pela União Europeia, grande mercado importador. Dessa forma, foi possível a produção de sementes para dar início à comercialização do sistema

Resultado de uma parceria de mais de 10 anos entre a BASF e a Embrapa, o Sistema de Produção Cultivance combina quatro cultivares de soja geneticamente modificadas, de grande potencial genético, ao uso do herbicida de amplo espectro para controle de plantas daninhas de folhas largas e gramíneas, Soyvance Pré, configurando um novo sistema de produção. A partir de 2016, novos cultivares deverão ser lançadas, ampliando assim as regiões de plantio de forma a atender a demanda de agricultores que querem utilizar o novo sistema para o manejo de plantas daninhas.

As duas empresas investiram US$ 33 milhões no desenvolvimento do sistema, o que inclui melhoramento genético, estudos científicos conduzidos em laboratório para comprovar a segurança alimentar da nova soja e estudos de campo para amparar o processo de registro mundial, além do herbicida.

Cultivance foi desenvolvido com o objetivo de atender a todas as regiões do País e estará disponível para produtores de sementes já nesta safra 2015/16, mas nesse primeiro ano será comercializado em oito estados brasileiros - Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Goiás e Rondônia – e no Distrito Federal. Estão previstas demonstrações em eventos técnicos e lançamentos regionais de cultivares nas regiões de indicação de cada material. Além dos produtores de sementes, foram selecionados em torno de 150 agricultores para acesso à tecnologia nesse primeiro ano. Após conhecer os materiais em condições de campo, o agricultor já poderá fazer os pedidos de sementes para a safra 2016/2017. A comercialização será feita por produtores de sementes licenciados pelo Sistema Embrapa de Parcerias e por meio de revendedores credenciados no Sistema Nacional de Produção de Sementes e Mudas.

Para o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, a tecnologia chega ao mercado num momento bastante oportuno: “Estimamos que a resistência às tecnologias existentes esteja disseminada em aproximadamente 30% da área geográfica de soja, o que vai tornar nossa tecnologia uma alternativa bastante interessante e viável do ponto de vista do manejo de resistência” afirma Lopes.

Já para o vice-presidente sênior da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para a América Latina, Eduardo Leduc, a tecnologia auxiliará os produtores que precisam cada vez mais “rotacionar” herbicidas com diferentes mecanismos de ação para evitar a seleção de biótipos resistentes. “Trata-se de uma tecnologia totalmente verde-amarela, desde a concepção à comercialização, além de caracterizar-se como uma importante e viável alternativa às já existentes”, completa Leduc.

A primeira parceria estabelecida entre a BASF e a Embrapa ocorreu em 1996, com o foco na transferência de tecnologia, marcando o início das pesquisas do Sistema de Produção Cultivance.

Por meio de técnicas modernas de engenharia genética, um gene de propriedade da BASF conhecido como ahas foi introduzido, pela Embrapa, em plantas de soja. Esse gene torna a soja tolerante aos herbicidas da classe das Imidazolinonas. Em janeiro de 2009, BASF e Embrapa submeteram à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) todas as análises de risco exigidas pela legislação brasileira visando a desregulamentação da soja Cultivance.

Após um período de análise e apreciação, a CTNBio liberou a comercialização da soja Cultivance®, em dezembro de 2009, considerando que seu uso não traz riscos à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Desde então foi acontecendo o processo de aprovação da tecnologia em países importadores da soja brasileira, incluindo Estados Unidos, China, Japão e, por fim, a União Europeia.

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