Bando Mundial de Sementes recebe pela primeira vez material genético de fruteiras, soja e forrageiras

Espécies enviadas pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia para o Banco Mundial de Sementes de Svalbard são oriundas de seis Unidades da Empresa

02.06.2022 | 17:32 (UTC -3)
Embrapa

As espécies enviadas esta semana pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, localiazada em Brasília/DF, para o Banco Mundial de Sementes de Svalbard são oriundas de seis Unidades da Empresa. Além disso, a estatal brasileira é a única representante das Américas no experimento “100 year Seed Longevity Experiment” (ou em uma tradução livre Experimento sobre a longevidade de sementes em 100 anos), conduzido pelo  Nordic Genetic Resource Center (NordGen), da Suécia. Nesse caso, foram enviadas sementes de soja.

Segundo a supervisora da Curadorias de Germoplasma Vegetal, pesquisadora Aluana Gonçalves Abreu, a equipe do Banco Genético da Embrapa (BGE) preparou um total de 370 acessos (amostras) de sementes, volume cuidadosamente armazenado em embalagens catalogadas com código internacional para cada cultura e hermeticamente fechadas para seguir viagem até o arquipélago norueguês de Svalbard, onde estão cópias de segurança de sementes de vários países, mantidas em uma temperatura constante de -18°C .

As amostras de fruteiras escolhidas para o envio foram de caju, com total de seis variedades e de maracujá com 13 variedades.Também estão na lista das sementes que vão estrear em Svalbard 186 acessos de 17 espécies de forrageiras  e 17 variedades de soja.  A única espécie que não vai para a Noruega pela primeira vez é o  milho. 

Esta terceira remessa é um conjunto de acessos de 143 variedades . Os três envios desta cultura permitem a preservação de 494 (cerca de 11 % do total do acervo do BAG) de acessos de origem brasileira na reserva mundial de sementes, bem como a duplicação dos acessos destes grupos que até então não estavam integrados ao Banco Genético da Embrapa.  

Um projeto para 100 anos de pesquisa

Aluana  Abreu explica que do total de 370 amostras para a Noruega, cinco são sementes de soja destinadas apenas ao  Experimento da longevidade de sementes. Único representante das Américas a fazer parte da pesquisa promovida pelo Banco Mundial de Sementes de Svalbard, o material é  oriundo do BAG da Embrapa Soja (Londrina-PR). Isso dá à Embrapa protagonismo e aumenta a responsabilidade da estatal brasileira no cenário mundial da pesquisa agropecuária, colocando a empresa entre os principais institutos parceiros da iniciativa (confira no box quais organismos fazem parte do experimento que começará os primeiros testes com material dos participantes em 27 de agosto). 

O pesquisador Juliano Padua, supervisor do BGE e curador da Colbase (Coleção de Recursos Genéticos), explica que o experimento do banco Mundial de Svalbard vai analisar a longevidade das sementes durante um século - o que pode parecer muito tempo para cientistas do Brasil em 2022, mas possivelmente uma bela herança  às futuras gerações de pesquisadores.  "Esse é um trabalho que começa com nossa geração e se prolongará para nossos descendentes. Além disso, a humanidade continuará a depender de recursos genéticos para sobreviver", diz o pesquisador.

Embora os cientistas tenham conhecimento sobre o princípio básico para a conservação das sementes , ainda há lacunas a serem respondidas, incluindo para  culturas alimentares importantes para a humanidade, como soja, cevada e trigo.
Durante um século, serão analisadas amostras de 13 culturas. As sementes são oriundas de instituições de pesquisa dedicadas à agropecuária na Alemanha, Brasil, Índia, Portugal e Tailândia.

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