IHARA apresenta a sua tecnologia para a cultura cafeeira na 12° FEMAGRI
“Esse é o momento de investir. A hora é de recuperação de cafezais e de incentivo a novos plantios de café no Estado”, disse o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, ao participar da abertura oficial do 14º Simpósio Nacional do Agronegócio Café (Agrocafé 2013), representando o governador Jaques Wagner. Salles lembrou que a cafeicultura baiana sofreu graves prejuízos com a seca prolongada e disse que, informado de que o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) havia suspendido o crédito pelo FNE porque os preços estavam muito baixos, conversou com o diretor de negócios, Paulo Sérgio Rebouças Ferraro que, sensibilizado levou o assunto à presidência e este sinalizou com o compromisso de reabrir o crédito para cafeicultores do nordeste. O argumento do secretário foi que justamente neste momento é que o banco tem que incentivar a cultura porque, como o mercado é cíclico, a tendência é que no momento de pagar os financiamentos os preços estejam altos.
De acordo com Salles, o café, grande gerador de empregos na Chapada Diamantina e na região de Vitória da Conquista, sofreu muito com a seca nas duas últimas safras, e registrou redução dramática. Em 2011 foram colhidas 1,5 milhão de sacas, número reduzido para 900 mil sacas em 2012. Para este ano, se não chover o suficiente, a expectativa de colheita é de 500 mil sacas. Para ele, a recuperação da cultura é fundamental e para tanto novos créditos são fundamentais. O secretário defendeu ainda a necessidade de revisão na legislação trabalhista, com a implantação de um “Simples” que permita ao produtor ter relação menos burocrática, respeitando os direitos do trabalhador e cumprindo com as obrigações de recolhimento de taxas e impostos. A ideia defendida por ele, desde quando era presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia, é que o produtor possa contratar um trabalhador por dia para colheita ou capina, por exemplo, sem que para isso tenha que registrá-lo e consequentemente fazer todos os procedimentos burocráticos exigidos pela lei atual.
Presidente da Associação dos Cafeicultores da Bahia (Assocafé) e do evento, João Lopes Araújo, sugeriu a aprovação do preço mínimo proposto pela Conab, quando o café arábica passaria a R$ 340,00 e o conillon a R$ 180,00; a instituição de um Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) de dois milhões de sacas; uma linha de crédito de R$ 500 milhões para compradores naturais de café; linha de crédito para investimento com estímulo ao uso da tecnologia, com carência de quatro anos e dez anos para pagar, com juros próximos do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), no valor de R$ 300 milhões, e o pagamento pelo Tesouro Nacional da remuneração ao Banco do Brasil (BB) pela gestão dos recursos do Funcafé, para não descapitalizar o Fundo.
A abertura do evento foi das mais concorridas, com a presença de dezenas de autoridades, dentre elas da superintendente da Conab na Bahia, Rose Pondé; presidente da Assembléia Legislativa, Marcelo Nilo; senador Walter Pinheiro; deputado federal Daniel Almeida; secretário da Agricultura de Rondônia, Evandro Padovani; prefeito de Luiz Eduardo Magalhães Humberto Santa Cruz; superintendente federal do Ministério da Agricultura na Bahia, Virgínia Hage; presidente da Faeb e vice-presidente da CNA, João Martins; superintendente do Senar-Bahia, Geraldo Machado; representante do Conselho Nacional do Café, João Toledo; diretor técnico do Sebrae, Lauro Ramos; Vitor Ventin, vice-presidente da Fieb; presidente do Centro de Comércio de Café da Bahia, Silvio Leite; Américo Sato, presidente da Abic, e representantes do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste do Brasil.
O secretário destacou que, com o objetivo de elevar a produtividade e aumentar a qualidade do café produzido na Bahia, o governo da Bahia, através da Secretaria da Agricultura/EBDA, e a Associação dos Cafeicultores da Bahia (Assocafé), assinaram convênio com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), visando desenvolver a cafeicultura familiar. Além disso, afirmou, a Câmara Setorial do Café, composta por representantes de todos os elos da cadeia, está empenhada em elaborar o Plano Estadual da Cafeicultura para os próximos 20 anos. Esse plano deverá ser lançado ainda este ano, como já foi feito com a cadeia da borracha natural e será feito com o Plano Estadual do Leite. Até o final do ano, a expectativa é que sejam lançados os planos de cinco cadeias, dentro da linha de ação do governo do Estado visando estruturar toda agropecuária.
Para Eduardo Salles, a realização do 14º Agrocafé, organizado pela Associação de Produtores de Café da Bahia (Assocafé), é fundamental para o setor, especialmente nesse momento de seca e de queda dos preços. O evento está sendo realizado, até esta quarta-feira (13), no Centro de Convenções do Hotel Bahia Othon Palace, em Salvador, reunindo mais de mil participantes de todos os segmentos da cadeia produtiva do agronegócio café, além de pesquisadores e estudantes.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura