Começa colheita da safra de pêssego em Porto Alegre/RS
Discutir a construção do novo modelo econômico brasileiro, que vai privilegiar a sustentabilidade e criar novas oportunidades de mercado para os produtores rurais. Esse foi o objetivo do Fórum Produção, Conservação e Lucratividade — Economia Verde como Via de Equilíbrio e ele foi cumprido com sucesso. Durante o evento promovido pelo Portal Dia de Campo, que aconteceu dia 26 de outubro, em Campinas (SP), os especialistas no assunto elevaram o nível do debate e trouxeram questões polêmicas e atuais para a mesa. A mensagem que ficou é a de que muito ainda precisa ser feito para a sustentabilidade econômica vigorar no Brasil, leis precisam ser revistas e a consciência de todos os elos da cadeia precisa mudar. Mas todos concordam que os produtores brasileiros estão prontos para a nova consciência econômica que está surgindo e que a Economia Verde já está caminhando no Brasil.
O pagamento por serviços ambientais, tema de abertura do evento abordado por Helena de Queiroz Carrascosa, da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais da Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo, foi um dos que fez mais sucesso entre o público presente. Muito se discutiu sobre a viabilidade prática do PSA e a secretária conseguiu mostrar que o sistema é viável, beneficia os produtores e a sociedade civil e tem impacto pequeno no orçamento estadual. O PSA é um dos temas discutidos no Novo Código Florestal que está em discussão na câmara e Carrascosa ajudou a esclarecer que o sistema é benéfico para todos. Os dados do PSA no governo de São Paulo podem ser conferidos nos slides da palestra ministrada no evento.
Os slides apresentados em todas as palestras já estão disponíveis para download gratuito no hotsite do evento:
. Os arquivos estão abaixo do nome de cada palestrante na página de programação do evento.
A palestra do chefe da assessoria de gestão estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e coordenador do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), Derli Dossa, também foi muito celebrada pelos presentes. Ele abordou de forma clara as ações sustentáveis da agricultura brasileira com uma visão de quem está à frente das principais decisões tomadas pelo Ministério, quando o assunto é sustentabilidade rural.
Outro destaque entre as palestras foi a produtora Beatriz Bezeruska, diretora da Berté Florestal e presidente da Comissão de Produtoras da Famato, que mostrou aos presentes a realidade dos produtores de floresta do Mato Grosso e as inúmeras dificuldades práticas encontradas.
— A burocracia é muito grande e muita coisa depende de vontade política. Não existem dados concretos ainda no Brasil também por falta de consciência dos produtores. Os agricultores brasileiros ainda são muito individualistas e assim conseguem poucas coisas. É preciso que eles se unam para conquistar objetivos, reclamarem e mudarem a realidade para melhor — alertou Bezeruska.
A líder de sustentabilidade da Monsanto, Gabriela Burian, elogiou muito a visão crítica da produtora e destacou a importância dos multiplicadores de conhecimento para a real transformação da sociedade rural. Ela citou alguns programas da Monsanto na área de sustentabilidade e deu destaque para o projeto Do Campo ao Mercado.
Um dos temas mais discutidos no fórum foi o mercado de carbono e a produção de florestas plantadas. O diretor Executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), César Reis, palestrou na parte da manhã chamando atenção para o potencial do setor de florestas, um dos principais na construção da economia verde e da sustentabilidade brasileira.
O professor Unicamp e pesquisador em bioenergia, Joaquim Seabra, falou sobre as novas tecnologias e metodologias como a pegada de carbono e destacou o potencial da cana-de-açúcar e do etanol brasileiro, comparando a emissão de carbono de todo o processo de produção da cultura. Robson Laprovitera, gerente de planejamento florestal da International Paper, palestrou sobre a realidade do sistema florestal dentro da fazenda, destacando o retorno econômico, produtivo e ambiental do sistema. Ele chamou atenção para o fato de que o setor madeireiro consome madeira plantada, não incentiva o desmatamento de novas áreas e mostrou que não é necessário desmatar, ou seja, com as áreas de produção atuais é possível alimentar todo o setor.
O Fórum Produção, Conservação e Lucratividade — Economia Verde como Via de Equilíbrio foi patrocinado pela Monsanto e Andef. Entre os apoiadores estão Embrapa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sebrae, Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, Instituto Ares, Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas, Associação Brasileira de Engenharia Agrícola, International Paper, Unicamp, Associação Mineira de Silvicultura, Núcleo de Economia Agrícola e do Meio Ambiente e Grupo de Estudos Luiz de Queiróz da Esalq/USP.
Informação é Insumo é uma série de eventos produzida pelo Portal Dia de Campo. O objetivo é reunir produtores, técnicos, acadêmicos e palestrantes de alto nível para discutir a relevância prática de temas importantes para o setor produtivo. Debater ideias, transferir e gerar conhecimento é transformar Informação em Insumo.
Para mais informações sobre o evento os interessados devem acessar a página
ou entrar em contato com a equipe do Portal Dia de Campo pelo telefone (21) 4063-7713.
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