Bahia Farm Show: fé no agronegócio anima organizadores

03.03.2009 | 20:59 (UTC -3)

A certeza de que o campo não pode parar, mesmo em cenários adversos, é a máxima compartilhada entre os organizadores da Bahia Farm Show, a maior Feira de Tecnologia Agrícola e Negócios da Bahia, que será realizada no município de Luís Eduardo Magalhães, a 900 km de Salvador, entre os dias 2 e 6 de junho deste ano.

A feira, que derivou da antiga Agrishow-LEM e está na segunda edição, com este nome, tem a assinatura da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Fundação Bahia, Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Associação dos Revendedores de Máquinas e Equipamentos Agrícolas do Estado da Bahia (Assomiba) e Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães. O evento deve levar mais de 26 mil pessoas ao Complexo Bahia Farm Show, para comprar ou simplesmente conhecer as novidades em tecnologias para o setor.

O entusiasmo da edição passada da Bahia Farm Show, quando a economia gerada pelo agronegócio dava os primeiros sinais de crescimento, após três anos de estagnação e prejuízos, é, sem dúvida, menor em 2009, por conta da crise. Mas, os produtores se mantêm esperançosos, amparados pela posição que o país ocupa de maior exportador de alimentos do mundo, com previsão de geração de divisas da ordem de 50 bilhões de dólares com a exportação de alimentos, principalmente, do complexo soja e carnes.

De acordo com o presidente da Bahia Farm Show, Walter Horita, que também é presidente da Aiba, a tecnologia e a pesquisa científica estão na base do agronegócio da região Oeste da Bahia e, portanto, a feira hoje é indispensável para o produtor rural. “É justamente na crise que ele tem de estar ainda mais atento ao que o mercado oferece, tanto em variedades mais produtivas, como em máquinas e insumos que permitam o melhor desempenho das lavouras, com o menor custo possível”, explica Horita.

Ainda segundo Horita, o cerrado baiano tem hoje papel de destaque na pauta de exportações brasileiras, com produtos como soja, algodão e café. “Temos uma agricultura moderna e altamente tecnificada, que nos proporciona uma produção que já ultrapassa cinco milhões de toneladas, com 1,7 milhão de hectares cultivados na safra 2008/09. Temos muito o que crescer, e para que isso seja sustentável, é preciso investir”, afirma.

Espaço para todos

A expectativa das revendas de máquinas agrícolas para a feira é de fortalecimento de novos nichos de mercado, especialmente dos tratores de baixa potência, que devem aumentar a participação da agricultura familiar no evento. “Esse segmento conta com programas de incentivo, como o Mais Alimentos, do Governo Federal, e linhas de crédito com juros mais baixos, como o Pronaf. Por isso, ofereceremos opções também para o pequeno agricultor. Mas, contamos com a visão de futuro do empresário rural do cerrado, que sabe a importância de uma frota moderna para garantir os resultados”, explica o presidente da Assomiba, Olmíro Flores.

Para Walter Horita, é preciso que os governos entendam a importância de reverter os problemas da crise na agricultura empresarial, ampliando as linhas de crédito e os incentivos para o setor. “O campo vem garantindo a saúde da economia brasileira. Foi ele quem gerou os 200 bilhões de dólares de reservas que tem permitido ao país amortecer os impactos da crise”, diz

Tecnologia em profusão

Com 200 hectares de área total, o Complexo Bahia Farm Show é uma mostra de tudo o que a região Oeste da Bahia tem de melhor. Conta com 60 mil metros quadrados destinados à exposição, que abrigam com qualidade e conforto mais de 150 estandes.

Além de máquinas, implementos e insumos, quem visitar a Bahia Farm Show vai ter acesso ao que há de mais atual em pesquisa científica e variedades adaptadas para a região. À frente deste trabalho está a Fundação de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento do Oeste da Bahia, a Fundação Bahia, uma entidade criada e mantida há 11 anos pelos produtores locais, cuja atuação tem sido uma das principais alavancas do agronegócio regional.

Este ano, além de 12 mil metros quadrados de canteiros experimentais, com materiais genéticos de alta qualidade, resultados dos trabalhos para as culturas já consolidadas e das promissoras, a Fundação inaugura o Centro de Pesquisa e Tecnologia do Oeste da Bahia, o CPTO. Maior do Norte/Nordeste, possui mais de 2,3 mil metros quadrados de área construída, dentro do Complexo Bahia Farm Show. Em um só local, funcionarão quatro laboratórios, voltados para fitopatologia, entomologia, nematologia e sementes, 120 hectares de lavouras irrigadas através de pivô central, além de auditório, refeitório, campo experimental, armazéns e galpões. “Nossas equipes estão trabalhando a todo vapor. Teremos muito o que mostrar”, garante o presidente da Fundação Bahia, Amauri Stracci.

Olho no futuro

O presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão, Abapa, João Carlos Jacobsen, ressalta que a avidez do produtor do cerrado brasileiro, em especial o da região Oeste da Bahia, por novas tecnologias para o campo deve sensibilizar o Governo para a importância da inclusão de variedades que coloquem o produtor brasileiro em paridade de competição com produtores de países nos quais tecnologias transgênicas já são amplamente difundidas para a produção de alimentos e fibras. “Por isso a Bahia Farm Show será também um espaço de discussão do futuro da atividade produtiva. Somos já campeões mundiais em produtividade em commodities como o algodão, mesmo com poucos e ultrapassados eventos transgênicos, mas essa posição não será eterna, diante de concorrentes com mais áreas e variedades liberadas, como a China e a Índia”, alerta Jacobsen. Nesta edição da Bahia Farm Show, a Abapa dará destaque ao trabalho desenvolvido pela cultura do algodão na Bahia, que faz hoje do estado o segundo maior produtor do Brasil, o primeiro em qualidade, com marcas imbatíveis de produtividade no mundo.

Mais informações:

Catarina Guedes

Bahia Farm Show

(71) 3379-1777

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