Ataques de porcos selvagens comprometem lavouras de milho em Mato Grosso

A Aprosoja recomenda fazer o registro georreferenciado através de vídeos e fotos para coleta de dados e divulgação na mídia

21.04.2022 | 14:33 (UTC -3)
Augusto Camacho, Aprosoja-MT

O rastro de destruição deixado por porcos selvagens, conhecidos como “porcos-do-mato”, é enorme no Estado. Não é novidade esse tipo de ataque em lavouras de milho. Por ser uma grande fonte de alimentos, atrai os javalis e javaporcos (cruzamento de porco doméstico com javali selvagem). Outra dor de cabeça para o produtor rural de Mato Grosso são os catetos (catitus) e os queixadas, espécies que têm grande poder de devastação.

Preocupada com os prejuízos causados nas lavouras, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) recomenda que os agricultores utilizem o aplicativo TimeStamp Camera Basic, disponível para Android e IOS. “A Aprosoja recomenda que os produtores façam vídeos com o celular na horizontal O aplicativo ajuda no georreferenciamento dos ataques de porcos do mato, informando a localização exata, data e anexando fotos e vídeos. Isso irá ajudar a montar um banco de dados para o Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), façam o controle dessas pragas”, destaca o vice-presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber.

Para o produtor Nirto Luiz Fasolo Junior, de Querência, os ataques vêm aumentando na região a cada safra. “Estamos preocupados com os prejuízos que o porco-do-mato vem causando em nossas propriedades, destruindo as lavouras de milho”, frisa Fasolo.

Na região norte do Estado, município de Sorriso, a presença indesejada desses animais selvagens também tem crescido, conforme comenta do produtor rural Tiago Stefanello. “Já está insustentável o aumento de porco-do-mato no estado e se continuar assim a perda será muito grande para essa safra”, aponta Stefanello.

Uma medida que auxiliaria no controle -- e que a maioria dos produtores solicitam -- é o abate para controle de populacional dos catetos e queixadas. Todavia, há necessidade de autorização prévia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).  Em 2013 foi autorizado o abate de javalis e javaporcos sob autorização e supervisão do órgão.

“A caça para consumo humano deveria ser liberada, respeitando as regras ambientais, ajudando a diminuir os ataques e minimizando os prejuízos”, diz o presidente do sindicato rural de Primavera do Leste, Marcos Bravin

 Aprosoja Mato Grosso enfatiza ainda a importância de fazer o cadastro dos ataques através do aplicativo, para que possa ser analisada a região que tem maior incidência de problemas com os animais selvagens.

O Manual de Boas Práticas para controle de Javali, do IBAMA, pode ser lido aqui.

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