Ataque da vespa-da-madeira causa danos aos reflorestamentos de Pinus em Nova Prata e região

11.10.2012 | 20:59 (UTC -3)
Rejane Paludo

O plantio de florestas junto com as atividades tradicionais, como a pecuária e a agricultura, vem crescendo no município de Nova Prata/RS e na região, como uma forma de diversificar as atividades econômicas das propriedades familiares, aumentado sua rentabilidade. O plantio de árvores também pode representar uma forma de adequação legal e ambiental da propriedade e, assim, proporcionar maior sustentabilidade aos sistemas de produção.

Porém, se faltarem cuidados no plantio e manejo, a produção pode ser comprometida pela ação de pragas e doenças, afetando a comercialização da madeira e seus subprodutos. Uma das pragas que vem atacando os plantios de Pinus ssp. e preocupando produtores do município e da região é a vespa-da-madeira, (Sirex noctilio), um inseto originário da Europa, Ásia e norte da África, que causa danos que levam as árvores à morte.

Buscando conhecer um pouco mais sobre a praga e construir uma estratégia de ação para o monitoramento e controle do inseto, um grupo de produtores de Pinus esteve reunido, na última terça-feira (9), na sala de reuniões do Circulo Operário Pratense, em Nova Prata.

A engenheira florestal da Emater/RS-Ascar, Adelaide Ramos, explica que a vespa-da- madeira é uma praga oportunista, que ataca plantas que se encontram estressadas. Segundo ela, o estado de estresse pode ser provocado por danos físicos, podas/desramas muito fortes, condições de solo, mudas mal formadas, sistema de plantio inadequado, condições climáticas extremas (seca e granizo), desaparecimento de inimigos naturais e, principalmente, pela falta de manejo adequado do plantio (espaçamento muito adensado, falta de desbaste, etc.).

Copas amareladas e secas, respingos de resina nos troncos, orifícios na tora, galerias e manchas azuladas no interior da madeira são sinais da ação da vespa e um alerta para os produtores do ataque da praga.

A principal medida de detecção e controle é o monitoramento, através da instalação de árvores armadilhas, para a descoberta precoce da vespa, permitindo identificar onde ocorre e em que grau é o ataque. Quando a floresta já está infestada, deve ser feito o controle biológico com o uso de nematoides (Deladenus siricidicola), e a introdução de inimigos naturais, como os parasitoides: Ibalia leucospoides, Megarhryssa nortoni e Rhyssa persuasória.

“No entanto, apenas o controle biológico não é o suficiente para controlar esta praga, pois sua ocorrência está associada ao manejo inadequado da floresta. Portanto, o controle deve começar com o plantio e manejo corretos. Prevenir sempre é melhor do que remediar. Por isso, as medidas preventivas são fundamentais para evitar perdas e a disseminação da praga”, enfatiza a engenheira florestal da Emater/RS-Ascar.

Entre estas medidas estão o manejo adequado da floresta, como, por exemplo, o espaçamento de plantio; podas e desbastes adequados, visando aumentar o vigor e a resistência das árvores; a adoção de medidas de sanidade florestal, como a eliminação de possíveis focos; a secagem da madeira após o corte, a fiscalização do transporte e o monitoramento dos plantios.

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